Palestinianos acusam Trump de desprezar Direito Internacional
Representantes palestinianos criticaram hoje fortemente a promessa eleitoral do candidato republicano nas eleições presidenciais norte-americanas, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital "indivisa" de Israel caso seja eleito para a Casa Branca.
© Reuters
Mundo Estados Unidos
"Esta declaração despreza o direito internacional e a política de longa data adotada pelos Estados Unidos sobre o estatuto de Jerusalém, nomeadamente sobre a ocupação e a anexação ilegal de Jerusalém leste", a zona palestiniana de Jerusalém, afirmou o "número dois" da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erakat, citado num comunicado.
A campanha de Trump anunciou no domingo à noite, após um encontro entre o multibilionário e o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu em Nova Iorque, que o candidato republicano à Casa Branca reconheceu que "Jerusalém tem sido a eterna capital do povo judeu há mais de três mil anos".
A equipa do candidato frisou ainda que, sob uma futura administração Trump, os Estados Unidos "vão reconhecer Jerusalém como a capital indivisa do Estado de Israel".
A questão de Jerusalém é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano, um dos mais antigos do mundo.
Israel ocupa Jerusalém leste desde 1967 e declarou, em 1980, toda a cidade de Jerusalém como a sua capital indivisa. Os palestinianos querem fazer de Jerusalém leste a capital de um desejado Estado palestiniano, coexistente em paz com Israel.
Os Estados Unidos, como a maioria da comunidade internacional, não reconhecem Jerusalém como a capital de Israel. Washington mantém a sua embaixada em Telavive.
A solução dos dois Estados tem sido a peça central dos vários projetos internacionais de regulação do conflito israelo-palestiniano.
As várias declarações do conselheiro de Trump para as relações com Israel, David Friedman, significam "um abandono total da solução dos dois Estados", afirmou ainda o representante da OLP.
Já a diplomacia palestiniana criticou tanto as declarações de Trump como as posições defendidas pela sua rival democrata Hillary Clinton, acusando a candidata do Partido Democrata de favorecer excessivamente Israel em detrimento dos palestinianos.
"O Estado da Palestina não vai servir como moeda de troca para ganhar o voto judeu nos Estados Unidos", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano num comunicado.
As declarações dos dois candidatos "encorajam os princípios da coligação de direita no poder em Israel de prosseguir com as violações do Direito Internacional e com os crimes contra o povo palestiniano", acrescentaram as autoridades palestinianas.
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