Há "uma ditadura disfarçada" na Venezuela
O partido Um Novo Tempo disse hoje que a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de remeter o referendo revogatório do mandado do Presidente para o primeiro trimestre de 2017, confirma que "há uma ditadura disfarçada" na Venezuela.
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Mundo Oposição
"Como era de esperar, as reitoras do CNE deram um golpe à vontade maioritária do povo venezuelano e a decisão evidencia que na Venezuela estamos perante uma ditadura disfarçada à qual já caiu a máscara", disse José Luís Rodríguez, presidente de Um Novo Tempo para o Estado de Miranda (sul de Caracas).
Num comunicado distribuído em Caracas, o luso-descendente, que também preside à Câmara Municipal de Carrizal (onde reside uma importante comunidade portuguesa), frisou que a decisão da CNE "constitui uma vil e flagrante violação da Constituição" venezuelana.
Por outro lado, denunciou que, no Estado de Miranda, apenas vão ser habilitados, pelo CNE, 121 centros de voto dos 1.125 que existe, o que representa menos de 11 por cento.
Também que a região apenas contará com 562 máquinas de verificação de dados e impressões digitais dos eleitores, das 4.057 atribuídas à região, o que representa quase 13%.
"Se a isto somarmos que a maioria dos centros de votação escolhidos pelo CNE vão ser de difícil acesso, que o processo se realizará em apenas três dias, em horário de escritório e não na circunscrição nacional (20% dos votos por cada Estado) como corresponde ao cargo de Presidente, fica em evidência o empenho das reitoras (do CNE) em impedir o referendo revogatório este ano", frisou.
A oposição venezuelana quer realizar um referendo revogatório ainda em 2016 e tem acusado o CNE de atrasar propositadamente a calendarização das diferentes etapas do processo, para demorar a saída de Nicolás Maduro do poder.
Se o referendo se realizar até 10 de janeiro de 2017 deverão ser convocadas novas eleições presidenciais, segundo a legislação venezuelana.
Na noite de quarta-feira, o CNE afastou a possibilidade de o referendo se realizar antes de meados do primeiro trimestre de 2017.
Se o referendo ocorrer depois de 10 de janeiro de 2017, o vice-Presidente da Venezuela em funções, atualmente Aristóbulo Isturiz, assumirá os destinos do país até 2019, quando termina o atual mandato presidencial.
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