Assinado acordo de desmilitarização em três zonas do leste da Ucrânia
O representante da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) no grupo de contacto sobre a Ucrânia, anunciou hoje em Minsk a assinatura de um acordo de desmilitarização em três zonas piloto do leste da Ucrânia.
© Reuters
Mundo OSCE
"Finalmente conseguimos hoje chegar a acordo. O documento foi assinado pelos representantes da Ucrânia e da Rússia no grupo de contacto e subscrito pelos representantes" das autoridades rebeldes, declarou Martin Sajdik a jornalistas.
O acordo, que prevê a retirada do armamento pesado e dos combatentes das localidades de Stanitsa Louganskaïa, Zolotoïe e Petrovskoïe, deve ainda ser assinado pelos dirigentes das autoproclamadas repúblicas (separatistas) de Lugansk e Donetsk.
"Se este acordo for aplicado, poderá ser o início de um novo período para a resolução dos problemas relacionados com a guerra no Donbass", declarou à agência noticiosa France-Presse Evgueni Martchuk, emissário de Kiev para as conversações.
"Isso significa a formação de um perímetro de segurança de dois quilómetros de comprimento e de largura. É algo que nunca foi feito antes. Ainda não ocorreu a retirada dos combatentes, é uma primeira tentativa", adiantou.
Os chefes das diplomacias alemã e francesa, Frank-Walter Steinmeier e Jean-Marc Ayrault, referiram durante a sua visita ao leste da Ucrânia na semana passada que aguardavam a assinatura deste acordo, que deveria relançar o processo de paz e a convocação para outubro de uma cimeira dos dirigentes da França, Rússia, Alemanha e Ucrânia.
"Existe de novo um movimento" mas "nem as declarações de boa vontade, nem as obrigações de retirada das armas foram até ao momento suficientes para chegar a um cessar-fogo duradouro", declarou hoje Steinmeier ao diário Süddeutsche Zeitung. "Devem seguir-se rapidamente outras medidas", acrescentou.
O conflito no leste da Ucrânia, desencadeado em abril de 2014, já provocou mais de 9.500 mortos e dezenas de milhares de deslocados e refugiados.
Os acordos de Minsk assinados em 2014 pelos beligerantes já previam um cessar-fogo imediato e a retirada de todas as armas pesadas para 15 quilómetros da linha de contacto, duas disposições regularmente violadas pelas duas partes, segundo os relatórios diários da missão de vigilância da OSCE.
No seu último relatório, a OSCE refere ter registado na terça-feira dezenas de violações do cessar-fogo, em particular numa das regiões abrangidas pelo acordo hoje anunciado.
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