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Turquia adia visita de especialista da ONU sobre tortura

A Turquia decidiu adiar por um ou dois meses a visita do Relator Especial da ONU sobre a Tortura, tendo Ancara explicado estar "atualmente demasiado ocupada", lamentou hoje o Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

Turquia adia visita de especialista da ONU sobre tortura
Notícias ao Minuto

18:05 - 21/09/16 por Lusa

Mundo Nações Unidas

A visita devia decorrer entre 10 e 14 de outubro, e a Turquia propôs adiá-la para novembro ou dezembro, indicou o Alto-Comissariado em comunicado.

"Apesar de compreender que os acontecimentos na Turquia no decurso dos últimos meses exigem a maior atenção do Governo, penso que o adiamento da minha visita, nesta fase, envia uma mensagem negativa", declarou o Relator Especial sobre a Tortura, o argentino Juan Mendez.

"À luz dos milhares de detenções feitas na sequência do golpe de Estado falhado de 15 de julho e das acusações de sobrelotação e más condições em muitos centros de detenção em todo o país, a minha visita é de uma importância capital", sublinhou.

Segundo Jon Izaguirre, do Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, a razão invocada pelas autoridades turcas para o adiamento da viagem do relator especial da ONU é que "eles estão atualmente demasiado ocupados para dedicar tempo suficiente à visita".

O mandato de Juan Mendez termina a 31 de outubro. O seu sucessor será nomeado durante a atual sessão do Conselho dos Direitos Humanos, que termina a 30 de setembro.

"Dada a natureza sensível da minha missão, nunca haverá um momento perfeito para a minha visita", observou Mendez.

"Um acompanhamento independente da situação no país onde as pessoas são privadas da sua liberdade é uma garantia fundamental contra os maus-tratos e a tortura", defendeu.

Em julho, a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional afirmou ter reunido "provas credíveis" de casos de tortura de detidos em prisões na Turquia, após a tentativa de golpe de Estado. Tais afirmações foram vigorosamente desmentidas por um alto responsável turco.

Depois da tentativa de golpe falhado de 15 de julho, atribuída pelo poder à confraria do ex-clérigo Fethullah Gulen, as autoridades turcas iniciaram uma gigantesca purga em todos os ramos da administração do Estado, para se livrarem da influência dos 'gulenistas' e dos apoios aos rebeldes curdos.

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