Venezuela classifica de "descaradas" declarações de ministro brasileiro
Caracas classificou hoje de "descaradas e imorais" as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, que afirmou estar preocupado pelas detenções arbitrárias na Venezuela e disse ser impossível relacionar-se com o Governo de Nicolás Maduro.
© Reuters
Mundo Ministra
"A República Bolivariana da Venezuela refuta as descaradas e imorais declarações do 'canciller' [ministro dos Negócios Estrangeiros] José Serra", escreveu a ministra das Relações Exteriores venezuelana na sua conta no Twitter.
Delcy Rodríguez escreveu ainda que "o Governo de facto no Brasil, produto de um golpe parlamentar, violou a ordem democrática naquela irmã nação sul-americana".
"A vontade de 54 milhões de cidadãos que elegeram a Presidente Dilma (Rousseff) foi violada por uma elite desrespeitadora dos Direitos Humanos e da Democracia", frisou.
Na última segunda-feira, o ministro brasileiro José Serra disse aos jornalistas que acreditava que as fricções diplomáticas do Brasil com o Equador e a Bolívia, ocasionadas pela destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff, vão ser superadas, afirmando-se no entanto incrédulo com relação a Caracas.
"Esperamos que, no caso do Equador e da Bolívia, se encontrem outro tipo de caminhos para a nossa relação, mas no caso da Venezuela, parece que isso será impossível, pelo menos enquanto o Presidente Nicolás Maduro estiver no poder", disse, citado pela imprensa venezuelana.
Por outro lado, um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, com declarações de José Serra, explicava que o Brasil estava muito preocupado "com a multiplicação recente de detenções arbitrárias na Venezuela, como a do jornalista chileno Braulio Jatar, ocorridas à revelia do devido processo legal e em claro desrespeito pelas liberdades e garantias fundamentais".
A nota acrescenta que as prisões são "um desdobramento que dificulta ainda mais o diálogo entre Governo e a oposição, indispensável para superar a dramática crise política, económica, social e humanitária que afeta a Venezuela".
Bráulio Jatar, jornalista chileno-venezuelano que mora na ilha de Margarita, foi preso a 03 de setembro "por cometer infrações penais graves", segundo as autoridades venezuelanas.
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