Alemanha rejeita expulsão da Hungria devido à crise dos refugiados
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, rejeitou hoje a proposta do seu colega luxemburguês, Jean Asselborn, de expulsar a Hungria da União Europeia (UE) devido às suas posições que considera contrárias aos valores comunitários.
© Reuters
Mundo ministro
No decurso de uma conferência de imprensa em Riga e após reunir-se com os chefes da diplomacia dos três países Bálticos, Steinmeier disse entender que alguns países da UE “possam impacientar-se com a Hungria” pela sua política restritiva quando foi necessário aceitar requerentes de asilo no auge da crise dos refugiados, mas sublinhou que pessoalmente não apoia “que se feche a porta a alguém” por esse motivo.
O Governo ultraconservador de Budapeste tem sido criticado por diversos parceiros devido à sua “linha dura”, incluindo face aos refugiados, e acusado de comprometer a coesão e os valores que determinam o projeto europeu.
Ao lado dos seus três colegas bálticos, o responsável pela política externa germânica também destacou a necessidade de manter o diálogo com a Rússia, e num momento em que a NATO anunciou e pôs em prática diversas medidas para dissuadir Moscovo de qualquer eventual ação agressiva em direção à Estónia, Letónia e Lituânia.
A filosofia da NATO, recordou, reside em dois pilares, em que se incluiu o apoio aos esforços promovidos por um país em termos de defesa e caso surjam alterações na situação de segurança.
“O outro pilar da filosofia da NATO é o compromisso ou, como dizemos na Alemanha, a capacidade para o diálogo”, assinalou Steinmeier.
No âmbito desta perspetiva de diálogo, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão desencadeou um debate na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para impulsionar um novo acordo de controlo de armamento, iniciativa que colide com o ceticismo das três repúblicas ex-soviéticas do Báltico.
Os tratados firmados com a antiga União Soviética estão “caducos”, afirmou, defendendo a necessidade de debater no contexto internacional o uso de novas tecnologias armamentistas.
“Não se tem em conta os aviões não tripulados, a guerra cibernética e a corrida armamentista no espaço”, advertiu Steinmeier, ao defender que estes temas deve ser incluídos na agenda.
Na sua perspetiva, e mesmo que não existam garantias de êxito nas conversações com a Rússia, seria “no entanto menos responsável” não tentar o diálogo com Moscovo.
O encontro de hoje serviu para assinalar o 25.º aniversário do reconhecimento pela Alemanha da independência das três repúblicas bálticas, em 1991.
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