Síria acorda no silêncio das tréguas após acordo de cessar-fogo
O acordo de cessar-fogo na Síria, apresentado como a “última oportunidade” para fazer sair o país do caos, estava hoje a ser globalmente respeitado.
© Reuters
Mundo Conflito
As armas ‘calaram-se’ logo após a entrada em vigor às 19:00 (17:00 em Lisboa) de segunda-feira das tréguas acordadas entre a Rússia e os Estados Unidos, apoiantes do regime e dos rebeldes respetivamente, em mais um esforço para acabar com cinco anos de uma guerra devastadora.
A paragem nos combates deve permitir também o envio de ajuda humanitária urgente às centenas de milhares de pessoas que vivem nas zonas sitiadas, nomeadamente na parte rebelde de Alepo, a segunda cidade da Síria.
Hoje de manhã, os correspondentes da agência France Presse nos dois lados em que está dividida Alepo, o lealista e o rebelde, não tinham informações sobre qualquer tiro ou bombardeamento durante a noite.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, as principais frentes – províncias de Alepo, Damasco e Idleb (noroeste) – estão “totalmente calmas”.
Para o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que negociou o acordo com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, as tréguas poderão “ser a última oportunidade para salvar” a Síria, onde o conflito causou mais de 290.000 mortos desde março de 2011 e obrigou à fuga de milhões de pessoas.
Em numerosas vilas e localidades, nomeadamente as ocupadas pelos rebeldes e bombardeadas diariamente pela aviação do regime, a hora é de alívio.
Muitos dos que habitam aqueles locais congratulam-se por terem conhecido a sua primeira noite de verdadeiro sono desde há meses.
Apesar da oposição e da rebelião enfraquecidas não terem dado apoio formal às tréguas e terem pedido “garantias” ao aliado norte-americano, parecem estar a respeitar o cessar-fogo no terreno.
O acordo estipula um cessar-fogo de 48 horas renováveis, em todas as regiões, com exceção daquelas em que os jihadistas do Estado Islâmico ou da Frente Fateh al-Sham (ex-Frente al-Nusra que renunciou à filiação à Al-Qaeda) estão presentes.
O regime de Bashar al-Assad anunciou o congelamento das suas operações militares até às 21:00 TMG (mais uma hora em Lisboa) de 18 de setembro.
Os Estados Unidos e a Rússia procuram através do acordo favorecer um recomeço das negociações entre regime e rebeldes.
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