Polícia proíbe manifestações anti-Mugabe na capital do Zimbabué
A polícia zimbabueana proibiu por um mês a realização de manifestações em Harare, de acordo com a imprensa estatal de hoje, numa tentativa de travar as demonstrações de protesto contra o Presidente Robert Mugabe.
© Reuters
Mundo Protestos
A restrição é tornada pública horas depois de uma coligação de partidos da oposição ter agendado a realização de manifestações de protesto em todo o país para o próximo sábado, com o objetivo de forçar a introdução de reformas antes das eleições previstas para 2018.
Uma proibição semelhante à anunciada hoje foi contrariada pelos tribunais na semana passada, apesar da ameaça de Mugabe punir juízes por decisões temerárias que resultaram em protestos públicos anteriores.
O diário zimbabueano Herald, controlado pelo Estado, publicou hoje a “proibição de protestos públicos” por um mês a partir da próxima sexta-feira, citando o chefe da polícia de Harare, Newbert Saunyama, mas os organizadores dos protestos anunciaram já a intenção de recorrer novamente à justiça.
“Este é o último estertor de um regime moribundo e não esperamos melhor do que isto”, afirmou em declaração à agência France Press Douglas Mwozora, porta-voz do Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na sigla inglesa), um partido da oposição.
“Eles não têm respeito pela lei mas nós não iremos abrir mão dos nossos direitos constitucionais. Vamos voltar aos tribunais e contestar esta proibição ilegal”, continuou.
Hardlife Mudzinga, porta-voz do grupo de pressão Tajamuka (Estamos agitados) disse também à AFP que esta “declaração inconstitucional da polícia” não será respeitada.
O partido ZANU-PF foi o vencedor das últimas eleições legislativas em 2013, num escrutínio manchado por fraudes eleitorais.
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