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Guerra no Sudão do Sul tem enriquecido principais dirigentes

A devastadora guerra civil no Sudão do Sul tem enriquecido os principais responsáveis pelo conflito, incluindo o Presidente e o seu principal rival, segundo um relatório de uma organização financiada pelo ator e ativista George Clooney, apresentado hoje.

Guerra no Sudão do Sul tem enriquecido principais dirigentes
Notícias ao Minuto

23:58 - 12/09/16 por Lusa

Mundo ONG

"Os dirigentes de topo, principais responsáveis pelas massivas atrocidades no Sudão do Sul, conseguiram ao mesmo tempo acumular fortunas, apesar dos modestos salários pagos pelo governo", é denunciado no documento, solicitado por Clooney.

A guerra brutal -- que começou em dezembro de 2013, quando o Presidente Salva Kiir acusou o seu antigo vice-Presidente Riek Machar de conspirar para fazer um golpe -- já provocou dezenas de milhares de mortos e criou uma quantidade várias vezes maior de deslocados e refugiados.

Cerca de metade de população depende da assistência alimentar e mais de 800 mil sudaneses do sul fugiram para países vizinhos.

Incontáveis centros populacionais têm sido destruídos e várias organizações não-governamentais têm acusado as forças governamentais e as tropas rebeldes de Machar de usarem a violação como arma de guerra.

O relatório foi produzido pela The Sentry (A Sentinela), uma organização cofinanciada por Clooney que investiga o financiamento dos conflitos em África.

Aí se sustenta que, apesar de a rivalidade política ser frequentemente apontada como a principal causa da guerra no Sudão do Sul, o seu "catalista chave" é, na realidade, "a competição pelo grande prémio -- o controlo dos recursos do Estado e os abundantes recursos naturais do país -- entre as redes cleptocráticas rivais" lideradas por Kiir e Machar.

Ainda segundo o documento, intitulado "Os Crimes de Guerra Não Devem Compensar", esta forma de "corrupção concorrencial" tem sido uma característica chave da política no Sudão do Sul desde há mais de uma década.

Kiir e Machar, apontou o relatório, "beneficiam financeiramente da guerra continuada e têm garantido efetivamente que não há responsabilização pelas suas violações dos direitos humanos e pelos seus crimes financeiros".

As famílias destes dirigentes "vivem com frequência em mansões avaliadas em vários milhões de dólares, fora do país, ficam em hotéis de cinco estrelas, ficam com os benefícios do que aparenta ser um sistema de nepotismo e negócios empresariais desonestos, e conduzem carros de luxo -- tudo enquanto a maior parte da população do seu país sofre as consequências de uma brutal guerra civil e, em muitos locais vivem em condições de quase fome", detalhou-se no texto.

Os autores do documento denunciaram também o papel de indivíduos e empresas fora do Sudão do Sul no financiamento de uma corrupção mortífera.

Os principais dirigentes do país "não poderiam manter o status quo sem o sistema de bancos internacionais, empresários, vendedores de armas, empresas de imobiliário e advogados que, consciente ou inconscientemente, facilitam a violenta cleptocracia que o Sudão do Sul se tornou", justificaram.

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