China fala em "progressos" na proteção judicial dos Direitos Humanos
A China "melhorou a distribuição dos poderes e responsabilidades judiciais" e "garantiu o exercício independente e imparcial da justiça", realçou hoje o governo chinês ao abordar a evolução dos direitos humanos no país.
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Mundo Governo
"Os direitos e liberdades dos cidadãos [chineses], em vários domínios, foram efetivamente protegidos de acordo com a lei", proclama o Livro Branco difundido hoje pelo Conselho de Estado chinês, com o título "Novos Progressos da China na Proteção Judicial dos Direitos Humanos".
O documento detalha que, em 2015, as procuradorias de diferentes níveis decidiram "não prender 131.675 pessoas e não julgar 25.778, em casos envolvendo a falta de evidências ou ações que não constituíam crime".
Por outro lado, aqueles órgãos apelaram em 6.591 casos, por considerarem que a decisão do juiz estava errada.
No total, 54.249 pessoas foram investigadas em 40.834 casos envolvendo crimes relacionados com o trabalho, lê-se no livro branco.
Entre 2012 e 2015, os tribunais do país concluíram 94.900 casos envolvendo corrupção e subornos, e condenaram 100.300 pessoas.
O documento aponta também a aprovação de várias medidas, em 2015, visando proteger o direito dos advogados de exercer a profissão, tornando mais conveniente a sua participação em litígios.
Segundo o referido livro branco, a proteção dos direitos de vítimas menores também registou progressos, com o aumento de condenações em casos envolvendo o abuso sexual de menores.
"Assegurar o primado da lei" foi um dos objetivos lançados pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após a sua ascensão ao poder, em 2013.
Porém, organizações de defesa dos Direitos Humanos acusam Pequim de estar a levar a cabo a "pior onda de repressão contra ativistas e advogados que defendem os direitos humanos".
Sobre a aplicação da pena de morte, o documento hoje difundido revela que esta é "empregue com prudência", visando garantir que é aplicada "apenas em casos considerados extremamente graves".
Em 2015, a nova alteração do Código Penal reduziu em nove o número de crimes puníveis com a pena capital, refere.
A China exonera ocasionalmente réus presos ou executados injustamente, depois de os verdadeiros autores dos crimes terem decidido confessar ou, em alguns casos, a vítima ser encontrada com vida.
Casos envolvendo erros da justiça são frequentes no país, onde as confissões forçadas continuam a ser prática comum, segundo organizações de defesa dos Direitos Humanos, e mais de 99% dos réus são considerados culpados.
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