Marrocos anuncia que vai formalizar reintegração na União Africana
O ministro dos Negócios Estrangeiros e da cooperação marroquina disse hoje que o seu país vai pedir "nos próximos dias" a reintegração na União Africana (UA) que abandonou há 30 anos, recusando-se, contudo, reconhecer o Saara Ocidental como estado.
© Reuters
Mundo Mezouar
"Nós já anunciamos a intenção de regressarmos ao seio da instituição, mas vamos formalizá-la nos próximos dias", disse esta tarde Saloneddine Mezouar durante um encontro com jornalistas africanos que visitam o Marrocos no âmbito da 22ª Cimeira sobre o Clima que terá lugar neste país de 07 a 18 de novembro próximo.
"Há quem diz que os atos constitutivos da União Africana estabelece que o país que pede a reintegração deve se comprometer com as suas normas. Mas queremos dizer que regressar ao seio da União Africana não quer dizer que reconheçamos qualquer fantoche", acrescentou.
Marrocos abandonou a União Africana, na altura Organização de Unidade Africana (OUA), há 30 anos depois que essa organização reconheceu a Republica Árabe Sarauí Democrática como membro.
"Marrocos nunca abandonou a África, Marrocos é um país africano que se afastou desse instituição por ter constatado uma anomalia contra o seu território e sua população, que consideramos a maior violação das regras dessa organização continental", esclareceu o ministro.
Passados 30 anos esse país do norte da África propõe-se regressar a organização continental.
"Nós decidimos regressar ao seio dessa instituição porque os interesses da África de hoje serão determinantes para o continente. A maior parte dos países africanos são amigos que insistiram para que o Marrocos reveja a sua posição, porque consideram que o Marrocos é um país que poderá enormemente ajudar a instituição", explicou.
Os desafios em jogo para a áfrica são tal que a presença de Marrocos no seio da organização africana são para reforçar a organização, unir o conjunto dos estados africanos e jogar um papel importante no âmbito dos interesses que o ocidente tem para a África", acrescentou.
No encontro dominado pela situação do Saara Ocidental, o governante marroquino considerou o país anexado como "estado fantoche", acusou a OUA de ter cometido "uma anomalia histórica", sublinhando que cabe agora as Nações Unidas resolver "essa anomalia histórica". Assegurou que o "combate (contra a desanexação do Sara Ocidental) continua", propõe a atribuição pelo seu país de "autonomia alargada" ao Saara Ocidental, mas diz que é a ONU quem deve encontrar uma solução para o conflito na base dessa proposta que segundo ele acolhe o consentimento de vários estados africanos.
"É uma proposta séria, uma solução politica que, pensamos, resolve definitivamente esse problema", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Reino de Marrocos.
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