Um ano depois da morte de Aylan Kurdi, alguém se lembra dele?
Não há dia em que o pai de Aylan Kurdi, o menino que foi encontrado numa praia da costa da Turquia, não se lembre da família que perdeu no mar. Mas o dia 2 de setembro é diferente.
© Getty Images
Mundo Síria
No dia em que se assinala um ano da morte de Aylan Kurdi, o bebé sírio de três anos que morreu afogado na tentativa de fugir da guerra e que se tornou um símbolo do conflito, o pai do menino deu uma entrevista à BBC onde falou da dificuldade com que vive o dia 2 de setembro e da esperança que tem de que os líderes mundiais possam parar a guerra na Síria.
Há um ano, Abullah fugira com mulher, Rehan, e outro filho, Galip, de 5 anos, para tentar chegar ao Canadá, onde viviam já familiares. A intenção de Abullah mantivera-se firme, apesar de o pedido de asilo já ter sido negado.
Da família, apenas Abdullah sobreviveu à tentativa de travessia de barco entre a Turquia e a Grécia, em que, além dos familiares, morreram pelo menos outras nove pessoas. "Todos os dias penso neles, mas hoje sinto-me como se tivessem vindo até mim e dormido comigo. Isso entristeceu-me outra vez", desabafou.
O homem que ficou sem família naquela trágica travessia vê cada vez pior a situação dos refugiados e a escalada da guerra está a obrigar cada vez mais pessoas a partir. "Espero que todos os líderes mundiais possam tentar parar a guerra, para que as pessoas possam voltar a ter uma vida normal".
Em 2015, ano da tragédia de Aylan, que no fundo é a de muitas outras crianças, mais de um milhão de refugiados e migrantes chegaram à Europa de barco vindos da Turquia, mas muitos outros milhares perderam a vida ao entrar em barcos sobrelotados.
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