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Portugal e Marrocos querem concorrer com portos do Norte da Europa

Portugal e Marrocos querem criar um 'hub' marítimo com infraestuturas e serviços que permitam concorrer com os portos do Norte da Europa, disse hoje a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

Portugal e Marrocos querem concorrer com portos do Norte da Europa
Notícias ao Minuto

17:41 - 01/09/16 por Lusa

Mundo Mar

Os primeiros passos foram dados hoje com a assinatura de um memorando de entendimento entre o ministério do Mar e o ministério do Equipamento dos Transportes e da Logística do Reino de Marrocos para a cooperação na área dos portos.

O objetivo, disse à Lusa a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, é "baixar o centro de gravidade das rotas logísticas internacionais", que atualmente passam pelos grandes portos do Norte, como Roterdão e Antuérpia, e fazer com que a Europa do Sul e os países do Mediterrâneo se constituam "como uma alternativa logística".

"Nós temos de deixar de encarar os portos de Marrocos como os concorrentes dos portos portugueses e vice-versa, para pensar de uma forma mais abrangente", enfatizou a ministra, após a assinatura do documento, no Forte de S. Julião da Barra (Cascais).

"A conexão entre o Mediterrâneo e o Atlântico faz com que estejamos numa zona onde podemos atrair mais tráfego e mais comércio mundial", acrescentou o ministro marroquino do Equipamento dos Transportes e da Logística do Reino de Marrocos, Aziz Rabbah, sublinhando o interesse em desenvolver trabalho conjunto.

"Penso que os dois países ganhariam em desenvolver canais de cooperação, parcerias, [melhorar] a conectividade marítima e aérea e fazer desta zona um verdadeiro 'hub' marítimo da logística mundial. A América e a América Latina podem passar por essa zona, bem como a Ásia e cabe-nos a nós trabalhar sobre esse conceito de aliança e de complementaridade, em vez de [pensar em termos de] concorrência", destacou o governante marroquino.

Segundo Ana Paula Vitorino, a aproximação entre os dois países passa pela área da formação, a nível da uniformização de procedimentos e das abordagens técnicas, bem como as áreas da regulação, regulamentação e segurança.

O protocolo abre também possibilidades no campo da internacionalização das empresas.

"Abre-se aqui um leque de oportunidades para (...) as empresas portuguesas poderem participar de um plano de expansão das infraestruturas tão vasto" como o que está a acontecer em Marrocos, sublinhou a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

O ambicioso plano para a construção de infraestruturas nas próximas décadas em Marrocos envolve investimentos portuários, aeroportuários, em estradas e na ferrovia, incluindo o primeiro TGV em África.

Aziz Rabbah confirmou o interesse, lembrando que são já mais de uma centena as empresas portuguesas a trabalhar em Marrocos e que há lugar para mais, já que o Governo marroquino decidiu apostar nas parcerias públicas-privadas e está à procura de "parceiros que possam construir e explorar as infraestruturas logísticas e de transportes".

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