Capital do Gabão sob patrulha para pôr fim a violência pós-eleitoral
As forças de segurança gabonesas patrulhavam hoje as ruas de Libreville, após uma noite de pilhagens e violentos confrontos desencadeados pelo anúncio, na véspera, da reeleição do Presidente Ali Bongo Ondimba, contestada pelo rival Jean Ping.
© Reuters
Mundo Libreville
As pilhagens continuam a meio do dia nos bairros populares da capital, de acordo com a polícia. Mas os centros nevrálgicos do poder encontram-se já sob um importante dispositivo de segurança, composto pela guarda republicana, exército, guarda e polícia antimotim.
As comunicações digitais estão suspensas desde quarta-feira à noite.
Depois da violência na véspera, o regime de Ali Bongo encontra-se agora sob pressão da comunidade internacional, que pede o fim da violência e nova contagem dos votos das eleições de sábado.
O ministro do Interior, Pacôme Moubelet-Boubeya, anunciou hoje em conferência de imprensa que na capital foram detidas entre 600 e 800 pessoas e, no resto do país, entre 200 a 300.
Segundo o comandante da polícia gabonesa, Jean-Thierry Oye Zue, as pilhagens continuavam "nos bairros populares", acrescentando que "seis agentes" ficaram feridos, admitindo a existência "muito provável" de feridos entre os civis, "dada a violência dos confrontos".
Zue escusou-se a fazer um balanço de vítimas mortais: "Não posso dizer".
Na véspera, o opositor Jean Ping - que não indicou onde se refugiou - afirmou que pelo menos duas pessoas morreram no assalto das forças de segurança à sede de campanha durante a madrugada.
Esta manhã, um voluntário da Cruz Vermelha gabonesa, que se identificou como Gildas, afirmou que um dos 15 feridos, levados num camião militar para uma clínica, morreu.
A sede de campanha de Jean Ping foi revistada pelo exército e, nessa ocasião, entre 500 e 600 militantes foram levados para a esquadra para serem ouvidos, disse um dos responsáveis da oposição e antigo vice-presidente Didjob Ding Duvungui.
Como a oposição, a UE, a França e os Estados Unidos pediram a publicação dos resultados de todas as cerca de 2.500 assembleias de voto do Gabão.
Em comunicado, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherino, considerou a situação pós-eleitoral uma "crise profunda" e pediu calma às diferentes partes.
"É importante que todos os atores rejeitem a violência e apelem à calma", disse em comunicado.
A França, antiga potência colonial do Gabão, manifestou "profunda preocupação", de acordo com um comunicado do gabinete da presidência.
François Hollande "condenou, com a maior firmeza, a violência e as pilhagens, bem como as ameaças e ataques contra os apoiantes dos principais candidatos".
"Peço a todas as partes contenção e calma, o que supõe um processo que garanta a transparência dos resultados do escrutínio", acrescentou, referindo-se à publicação dos resultados em cada assembleia de voto.
Na quarta-feira, a comissão eleitoral anunciou a reeleição do presidente cessante Ali Bongo, 57 anos, para um segundo mandato de sete anos, com 49,80% dos votos contra 48,23% para Jean Ping.
Uma diferença de 5.594 votos, num total de 627.805 recenseados, num pequeno país petrolífero de 1,8 milhões de habitantes.
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