"Consciente das razões que me apresentaram e, no respeito pelas personalidades que até agora se submeteram ao voto para as eleições do novo chefe de Estado, considero que tenho o dever de oferecer a disponibilidade que me foi pedida", afirmou Napolitano em comunicado.
O chefe de Estado, que cumprirá 88 anos em Junho, deverá conseguir a maioria absoluta naquela que será a sexta votação dos "grandes eleitores" italianos, sendo reeleito para um mandato de sete anos.
Napolitano, que em várias ocasiões manifestou vontade de não voltar a candidatar-se, nomeadamente por causa da idade, aceitou a sua reeleição explicando que não pode rejeitar esta responsabilidade.
"Move-me nestes momentos o sentimento de não poder subtrair-me a esta responsabilidade perante o país, esperando que esta corresponda a uma semelhante e colectiva assunção de responsabilidades", acrescentou.
Os principais partidos italianos, que após cinco votações não conseguiram eleger o sucessor de Giorgio Napolitano, uma personalidade unanimemente respeitada no país, pediram hoje ao presidente que considerasse apresentar a sua candidatura a mais um mandato.
Napolitano recebeu hoje Pier Luigi Bersani, que apesar de demissionário representou o Partido Democrata, Silvio Berlusconi, líder do partido do Povo e da Liberdade, o presidente do Governo em funções, Mario Monti e membros do seu partido Eleição Cívica, bem como representantes de outros partidos.
"Todos os interlocutores expressaram a convicção de que perante a grave situação que se criou durante as eleições para o novo chefe de Estado é urgente que o Parlamento dê exemplo de unidade e coesão nacional", refere uma nota da presidência italiana.
Giorgio Napolitano termina o mandato de presidente da República a 15 de Maio.
A eleição presidencial em Itália é feita por uma assembleia de “grandes eleitores” constituída pelos 315 senadores, pelos 630 deputados e 62 delegados regionais.