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Síria: Moscovo e Damasco rejeitam conclusões sobre uso armas químicas

Os embaixadores da Federação Russa e Síria na Organização das Nações Unidas (ONU) já rejeitaram as conclusões do inquérito que acusa o regime de Damasco de uso de armas químicas.

Síria: Moscovo e Damasco rejeitam conclusões sobre uso armas químicas
Notícias ao Minuto

23:37 - 30/08/16 por Lusa

Mundo Inquérito

O embaixador russo junto da ONU, Vitali Tchourkine, afirmou que não está disposto a aceitar as conclusões do inquérito feito pela ONU, uma vez que "ainda há questões" por esclarecer.

Também hoje o representante sírio rejeitou as conclusões do inquérito que apontam para o uso de gás de cloro pelas forças do Presidente Bachar al-Assad, afirmando que "não há provas físicas que suportem a acusação.

"Estas conclusões não têm provas físicas, seja com amostra ou relatórios médicos certificados que garantam o uso do gás de cloro", disse Bashar Jaafari.

Antes, os representantes britânico e francês tinham solicitado a imposição de sanções à Síria, depois de uma investigação ter atribuído ataques químicos às forças governamentais sírias e ao grupo extremista Estado Islâmico.

Os embaixadores de Londres e Paris na ONU tinham descrito o uso de armas químicas contra civis como crimes de guerra, antes de uma reunião do Conselho de Segurança para discutir as conclusões da investigação.

"A França é favorável a uma resposta rápida e forte do Conselho de Segurança", disse o embaixador francês François Delattre, salientando que é preciso impor sanções aos responsáveis por aqueles atos considerados "crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, não especificou que medidas devem ser tomadas, mas apelou ao Conselho de Segurança para agir rapidamente para garantir que os responsáveis pela utilização de armas químicas "paguem um preço".

Uma investigação da ONU concluiu que as forças governamentais sírias realizaram pelo menos dois ataques químicos na Síria e que o grupo extremista Estado Islâmico usou gás mostarda como arma.

No relatório elaborado pelos 24 peritos da Missão de Investigação Conjunta (ONU e Organização para a Proibição de Armas Químicas), os investigadores conseguiram identificar os autores dos três ataques químicos perpetrados em 2014 e 2015, mas não conseguiu chegar a conclusões sobre outros seis ataques feitos durante o ano passado.

No total, os investigadores examinaram nove casos de ataques químicos, a maioria atribuído, pelos países ocidentais, às forças governamentais sírias.

O relatório do Mecanismo de Investigação Conjunta determinou que o regime sírio lançou armas químicas em duas aldeias no noroeste da província de Idlib: em Talmenes, a 21 de abril de 2014, e em Sarmin, a 16 de março de 2015.

Em ambos os casos, helicópteros do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, lançaram "um dispositivo" em casas, que "libertou uma substância tóxica", que no caso de Sarmin condiz com as "características do cloro".

O painel concluiu que o grupo extremista Estado Islâmico era a "única entidade com habilidade, capacidade e motivo para utilizar mostarda de enxofre" num ataque contra a cidade de Marea, no norte da província de Alepo, a 21 de agosto de 2015.

O regime do Presidente Bashar al-Assad tem negado a utilização de armas químicas na Síria, mas o relatório refere que nos três casos há "informação suficiente para chegar a conclusões sobre os atores envolvidos nos ataques".

Com base nas conclusões do documento, o Conselho de Segurança da ONU pode decidir impor sanções à Síria ou pedir ao Tribunal Penal Internacional para tratar do assunto como crimes de guerras.

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