EUA: Turcos e curdos aceitaram não disparar uns contra os outros
As forças turcas envolvidas numa operação no norte da Síria e as milícias curdas na mesma região aceitaram não fazer fogo umas sobre as outras, adiantou o porta-voz do comando militar norte-americano no Médio Oriente.
© Reuters
Mundo Síria
"Nas últimas horas recebemos a garantia de todas as partes envolvidas que vão parar de atirar umas contra as outras e concentrar-se na ameaça que é o [grupo jihadista] Estado Islâmico" (EI), indicou o coronel John Thomas.
Desde que a Turquia lançou na semana passada uma operação militar - "Escudo do Eufrates" - no norte da Síria, os Estados Unidos têm procurado evitar a escalada de confrontos entre as forças turcas e as milícias curdas sírias, dois dos maiores aliados norte-americanos no combate ao EI.
Na segunda-feira, o vice-primeiro-ministro turco indicou que a operação "Escudo do Eufrates" visava impedir a formação de um corredor curdo que dividiria a Síria, além de travar o EI.
"O objetivo da operação é o de limpar a região do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) e impedir o PYD (Partido da União Democrática Curda) e as YPG (Unidades de Proteção do Povo curdo) de instalarem um corredor de uma ponta à outra" que "dividiria a Síria", afirmou Numan Kurtulmus, citado pela televisão turca NTV.
As declarações de Kurtulmus surgiram horas depois de o exército turco e os seus aliados locais do Exército Livre Sírio (ELS) terem conquistado uma dezena de localidades a sul de Jarablos, que estavam nas mãos das milícias curdas.
A Turquia considera que as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) são filiais locais sírias do grupo armado PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), ativo em solo turco e apontado por Ancara como uma organização terrorista.
O governo turco defende que o PKK e as suas estruturas - que pretendem instaurar um Estado curdo autónomo - são tão terroristas como o EI.
As YPG, que têm recebido cobertura aérea por parte dos Estados Unidos, têm sido as milícias mais eficazes na Síria na luta contra o EI.
A Turquia considera a margem ocidental do rio Eufrates como "uma linha vermelha" para a presença de milícias curdas, uma vez que rejeita a criação de um território autónomo curdo no norte da Síria, numa zona fronteiriça com o seu próprio território.
A operação militar turca na Síria conta com 50 carros de combate e 500 militares, em apoio a cerca de dois mil efetivos do ELS, indicam os jornais turcos.
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