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Estudo revela como morreu a antepassada hominídea Lucy

A antepassada dos seres humanos conhecida como Lucy morreu ao cair de uma árvore alta, sugere uma nova análise ao famoso fóssil, apresentando uma solução para um mistério com décadas.

Estudo revela como morreu a antepassada hominídea Lucy
Notícias ao Minuto

21:51 - 29/08/16 por Lusa

Mundo Investigação

Os ossos dos braços de Lucy ficaram esmigalhados devido ao impacto da queda ocorrida há cerca de 3,2 milhões de anos -- um tipo de trauma também comum em vítimas de acidentes de viação, escreveram na revista Nature investigadores dos Estados Unidos e da Etiópia.

Os seus ferimentos sugerem que "ela esticou os braços no momento do impacto, numa tentativa de amparar a queda", disse o coautor do estudo John Kappelman, da Universidade do Texas, em Austin.

"Isso diz-nos que a Lucy estava consciente na altura do impacto e no instante imediatamente antes da morte", explicou à agência noticiosa francesa AFP.

Até agora, não havia uma teoria oficial sobre como Lucy, cujos ossos foram desenterrados na Etiópia em 1974, teria morrido. Estudos anteriores haviam sugerido que a quebra dos ossos ocorrera após a morte.

O novo estudo, baseado em imagens digitalizadas de alta definição em três dimensões, sustenta que as fraturas são consistentes com um impacto traumático como uma queda de uma altura "considerável", indicou a equipa.

As imagens mostraram igualmente que Lucy partiu um tornozelo, um joelho, o pélvis e pelo menos uma costela -- o que faz supor que terá sofrido danos internos em diversos órgãos, concluíram os investigadores.

"Entender a sua morte trouxe-a de volta à vida, para mim, pela primeira vez", comentou Kappelman sobre o indiscutivelmente mais famoso hominídeo do mundo.

"Ao compreender melhor a potencial causa da morte dela, consigo imaginar o seu corpo partido ali deitado aos pés da árvore. Consigo identificar-me com ela", explicou.

A equipa realizou dez dias de tomografias computorizadas em Lucy, um dos mais completos esqueletos fossilizados hominídeos alguma vez descobertos.

Lucy era um Australopiteco Afarensis que morreu na Etiópia -- um membro extinto da família hominídea em que se incluem os seres humanos modernos e todos os seus antepassados.

Os ossos, encontrados em 1974, formam quase 40% de um esqueleto e preencheram um grande lapso na árvore da evolução humana.

Apesar de o crânio, os maxilares e os dentes de Lucy serem semelhantes aos dos macacos, bem como os longos braços pendentes, ela caminhava ereta, como os humanos modernos.

Há um debate em curso sobre se ela foi um antepassado direto dos humanos -- a "Mãe da Humanidade" -- ou um familiar posteriormente desaparecido.

As descobertas hoje divulgadas juntam provas à teoria de que Lucy e a sua espécie passavam pelo menos algum do seu tempo nas árvores.

A análise é um contributo importante para a reconstituição científica do percurso evolutivo dos nossos antepassados, de seres que viviam de árvore em árvore a respigar alimento para inventores de objetos transformadores da natureza.

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