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Dilma agradece a apoiantes antes do julgamento que deverá afastá-la

A Presidente brasileira com mandato suspenso, Dilma Rousseff, agradeceu aos seus apoiantes e apelou à defesa de democracia, num discurso que soou a despedida, horas antes do início do julgamento que deverá afastá-la definitivamente do poder.

Dilma agradece a apoiantes antes do julgamento que deverá afastá-la
Notícias ao Minuto

06:27 - 25/08/16 por Lusa

Mundo Brasil

Dirigindo-se aos "companheiros", na noite de quarta-feira, Dilma Rousseff começou por dizer: "Eu acredito que vocês são o que de melhor me aconteceu e ao país nesses tempos tão sombrios".

Repetindo a ideia de ser alvo de "um golpe", lembrou o ex-Presidente Getúlio Vargas, que "se suicidou porque queria preservar a democracia" no país e "sabia que ela estava em risco".

"Nós somos responsáveis por termos construído um outro tempo histórico, porque hoje eu não tenho de renunciar, não tenho de me suicidar, não tenho de fugir", completou.

Passando uma mensagem de "esperança" e alertando que é sempre preciso lutar pela democracia, Dilma Rousseff sublinhou: "Neste processo [de defesa da democracia] nós já ganhámos. Agora teremos de continuar lutando".

Frisando a sua capacidade de resistir para honrar as mulheres durante este processo, a Presidente com mandato suspenso prognosticou: "Serei a primeira de muitas mulheres presidentes deste país".

Dilma Rousseff voltou a defender que o processo de 'impeachment' (destituição) de que é alvo deve-se a medidas que o Partido dos Trabalhadores (PT), através do governo do ex-presidente Lula da Silva e do seu, tomaram em defesa de "políticas sociais" e de apoio às minorias.

A líder brasileira alertou que as medidas que o governo interino, de Michel Temer, está a tomar vão traduzir-se em cortes na educação e na saúde. Já a nível internacional, parafraseando Chico Buarque, avaliou: "Falam fino com os Estados Unidos e falam grosso com a Bolívia".

Num constante contacto com o povo, com muitos jovens, vários ex-governantes e deputados, Dilma Rousseff ouviu atentamente as recomendações de medidas que deve tomar se voltar ao cargo.

Num "Ato em defesa da democracia com Dilma", organizado pela Frente Brasil Popular, no Teatro dos Bancários, em Brasília, lia-se que "quem resistiu ao golpe militar, resistirá ao golpe parlamentar", numa alusão à luta que Dilma Rousseff travou em favor da democracia no tempo da ditadura militar.

Na sala cheia com largas centenas de pessoas, os adereços saíram do palco e vestiram as paredes, com mensagens de apoio à primeira mulher que chegou à Presidência do Brasil, como "Fora, Temer golpista" e "num congresso de bandidos, os honestos é que são réus".

Num teatro pintado de cores, onde muitos se vestiam de vermelho, inclusive Dilma Rousseff, houve ainda rosas de várias tonalidades, as chamadas "rosas pela democracia", que têm sido apresentadas como símbolo de resistência e que chegaram às dezenas às mãos da primeira mulher Presidente do Brasil ao longo do evento.

"Volta, querida", "o povo unido jamais será vencido", "Dilma guerreira da pátria brasileira", "golpistas, fascistas, machistas não passarão" foram algumas das frases cantadas e que têm sido repetidas nos últimos meses pelos apoiantes da Presidente com mandato suspenso.

O julgamento final de Dilma Rousseff por irregularidades orçamentais que deverá afastá-la definitivamente da Presidência começa hoje no Senado e decorre durante vários dias.

Dilma Rousseff decidiu defender-se pessoalmente na segunda-feira no Senado.

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