Jornada de luta afeta transportes públicos em regiões da Venezuela
Motoristas de várias regiões da Venezuela paralisaram hoje o transporte público de passageiros, em protesto pela decisão do Executivo de não autorizar aumentos dos bilhetes.
© Getty Images
Mundo Motoristas
O protesto impediu que milhares de pessoas, de Estados como Arágua, Táchira e Miranda, tivessem dificuldades para chegar ao trabalho, num país onde a maioria dos autocarros de transporte são propriedade dos motoristas que os conduzem.
Em cidades como La Victória (80 quilómetros a oeste de Caracas), ao longo da manhã de hoje eram visíveis grandes filas de pessoas à espera da chegada de um autocarro.
O protesto dificultou o transporte desde o interior da Venezuela para a cidade de Caracas, a capital do país.
Os motoristas queixam-se que o Executivo impede a subida do preço das passagens e exigem um aumento de 100% para todas as rotas.
Queixam-se ainda de falta de peças de reposição para as viaturas e falta de segurança provocada pelos assaltos, tanto de passageiros como de motoristas.
No passado dia 12 de agosto, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o salário mínimo e as pensões dos venezuelanos vão aumentar 50% a partir de setembro.
O anúncio teve lugar no palácio presidencial de Miraflores, durante uma comunicação ao país em que foi indicado que este aumento abrange também o subsídio de alimentação, que até agora era calculado a 3,5% do valor da unidade tributária (valor de referência para o pagamento de impostos), passando a partir daquela data a ser calculado a 8%.
Trata-se do terceiro aumento salarial decretado pelo Presidente em 2016, depois de uma subida de 20% em março e de 30% em maio, prevendo-se que, se necessário, haverá uma quarta atualização do salário em dezembro.
Com o novo aumento, os venezuelanos vão passar a receber 22.576 bolívares (31,39 euros à taxa oficial Dipro) de salário mínimo e 42.480 (59,08 euros) de subsídio de alimentação, num total geral de 65.056 bolívares, que equivalem a 90,48 euros calculados à taxa de câmbio flutuante (Dipro), segundo o valor referencial do Banco Central da Venezuela.
Estimativas recentes do Fundo Monetário Internacional dão conta que a Venezuela deverá atingir 720% de inflação acumulada em 2016 e 2.200% em 2017.
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