Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
18º
MIN 12º MÁX 24º

Presidente da China apoia processo de paz na Birmânia

O Presidente da China, Xi Jinping, afirmou hoje que apoia o processo de paz na Birmânia entre o governo e grupos rebeldes, durante um encontro, em Pequim, com a líder birmanesa de facto Aung San Suu Kyi.

Presidente da China apoia processo de paz na Birmânia
Notícias ao Minuto

16:41 - 19/08/16 por Lusa

Mundo Encontro

Durante o encontro entre líderes, Xi Jinping prometeu "desempenhar um papel construtivo na promoção do processo de paz", segundo a agência chinesa Xinhua.

"A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações com o Myanmar" (antiga Birmânia), escreveu Xi, de acordo com um comunicado oficial.

A Birmânia vai organizar, no final do mês, uma conferência -- há muito planeada -- com os grupos rebeldes, com Suu Kyi a fazer da paz um prelúdio para o relançamento da economia depois de o seu partido ter vencido as históricas eleições de novembro do ano passado.

"Como bom vizinho, a China vai fazer todo o possível para promover o nosso processo de paz", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros birmanesa aos jornalistas, em Pequim, antes do encontro com Xi.

"A boa vontade da China reveste-se de um caráter particularmente importante, dado que os dois países partilham "uma fronteira muito importante onde existem muitos grupos étnicos armados", sublinhou a Nobel da Paz.

Inúmeros conflitos étnicos complexos -- há grupos que lutam contra o governo há décadas -- têm lugar nas pobres e militarizadas fronteiras da Birmânia, prejudicando os esforços para elevar a economia depois de ter sido posto termo à junta militar.

Desde a sua independência do Reino Unido em 1948, a Birmânia, onde vivem mais de 130 etnias diferentes, é palco de revoltas de grupos que reclamam o direito de autonomia.

O conflito provocou, desde o início do ano passado, a fuga de dezenas de milhares de habitantes na China.

Alguns grupos têm laços étnicos e culturais com a vizinha província chinesa de Yunnan, e a porosa fronteira é notória pelo comércio de droga, armas e pedras preciosas.

"Se me perguntar qual é o mais importante objetivo para o meu país é alcançar a paz e a unidade entre os diferentes povos da nossa união", disse Suu Kyi, ao acrescentar: "Sem paz não pode haver desenvolvimento sustentável".

A primeira viagem de Suu Kyi ocorre uma semana antes de a Birmânia celebrar a Conferência de Panglong, que promove a paz entre o Governo e as guerrilhas constituídas por minorias étnicas.

O apoio da China é visto como crucial para pôr fim a décadas de conflitos étnicos no país, algo em que Pequim está interessado, visto que em ocasiões passadas os confrontos com o exército da Birmânia ocorreram em zonas junto à sua fronteira.

A primeira verdadeira deslocação ao estrangeiro de Suu Kyi, com a duração de quatro dias, desde a chegada do seu governo (civil) ao poder, em março, é igualmente dominada pelo espinhoso dossiê da barragem de Myitsone.

Trata-se de um projeto avaliado em 3,6 mil milhões de dólares (3,1 mil milhões de euros), cofinanciado por uma empresa chinesa, suspenso pela Birmânia na sequência das manifestações populares em 2011.

A aprovação, no passado fim de semana, por parte da Birmânia, de um comité para rever a situação do projeto despertou as esperanças da China de que seja reativado.

A China é o principal investidor na Birmânia.

Apesar de liderar de facto a Birmânia, Suu Kyi é oficialmente ministra dos Negócios Estrangeiros e Conselheira de Estado.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório