Israel detém funcionário da ONU em Gaza por colaborar com Hamas
As autoridades israelitas anunciaram hoje ter detido e acusado um funcionário palestiniano da ONU na Faixa de Gaza por colaborar com o movimento de resistência islâmica Hamas, que dirige o território, em "atividades terroristas".
© Reuters
Mundo Detenção
Wahid Borsh, detido a 16 de julho e acusado hoje, de acordo com as autoridades israelitas, é o segundo funcionário de uma organização humanitária a operar na Faixa de Gaza detido por Israel em menos de uma semana.
Borsh, engenheiro a trabalhar com o Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) desde 2003 na demolição de edifícios destruídos nos sucessivos conflitos na Faixa de Gaza, foi acusado "de ter usado o cargo para fornecer assistência material às atividades terroristas e militares do Hamas", indicaram, em comunicado, os serviços de segurança interna israelitas (Shin Bet).
De 38 anos e oriundo de Jabalia (norte da Faixa de Gaza), Wahid Borsh seguiu as instruções de um responsável do Hamas, afirmou o Shin Bet, acrescentando que o engenheiro confessou trabalhar para o movimento palestiniano.
No ano passado, Borsh participou na construção, com recursos do PNUD, de um molhe para as atividades navais do Hamas, indicaram os serviços israelitas. O palestiniano intervinha junto do PNUD para que fosse dada prioridade, nos projetos de reabilitação, a zonas habitadas por membros do Hamas, disse.
Quando encontrava armas ou túneis para fins militares em casas a serem reabilitadas pelo PNUD, Borsch informava o Hamas que assumia o controlo do local, acrescentou o Shin Bet.
Na quinta-feira, Israel tinha anunciado a detenção e acusação do diretor em Gaza da organização não-governamental cristã norte-americana World Vision, Mohammed Halabi.
Os serviços israelitas acusaram Halabi de ter desviado, todos os anos, 7,2 milhões de dólares (6,5 milhões de euros) para o Hamas, inimigo confesso de Israel, e para o braço armado do movimento, as brigadas Ezzedine al-Qassam.
Estes dois casos "demonstram como o Hamas explora os recursos das organizações internacionais de ajuda à custa da população civil da Faixa de Gaza", declarou o governo israelita.
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