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Família de aluno suspenso por suposto 'relógio-bomba' processa escola

A família de um adolescente muçulmano detido por levar para a escola um relógio de fabrico caseiro - que foi confundido com uma bomba - apresentou hoje uma queixa judicial alegando que os seus direitos civis foram violados.

Família de aluno suspenso por suposto 'relógio-bomba' processa escola
Notícias ao Minuto

20:19 - 08/08/16 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Ahmed Mohamed tinha 14 anos no ano passado, quando levou um relógio despertador que tinha feito em casa para a escola, nos arredores de Dallas, Texas, para mostrar ao professor, que lho tirou.

Horas depois, Mohamed foi levado da sala de aula e detido pela polícia. Mais tarde, chamaram ao aparelho "uma bomba de brincar", embora fosse apenas um relógio.

Apesar disso, o Irving Independent School District suspendeu Mohamed por três dias.

"São violações aos seus direitos civis", disse a advogada de Mohamed, Susan Hutchison, em conferência de imprensa, ao anunciar o processo judicial.

"A única justiça que temos no nosso sistema judicial é dinheiro. Por isso, vamos processar por justiça", acrescentou.

A família não recebeu qualquer pedido de desculpas, disse Hutchison, e a sua anterior carta a pedir uma indemnização de 15 milhões de dólares foi rejeitada. O processo judicial não pede uma quantia específica.

O incidente colocou Mohamed sob o olhar público, o que já lhe valeu um convite do Presidente Barack Obama para ir à Casa Branca.

O Departamento de Justiça abriu um inquérito sobre direitos civis no agrupamento escolar, que está ainda em curso.

"Recebi muito apoio ao princípio, mas é o ódio que prevalece", disse Mohamed na conferência de imprensa.

Ele e a família abandonaram Irving, um subúrbio de Dallas, por causa do incidente, e vivem agora no Qatar, onde o rapaz frequenta uma escola secundária privada.

"Perdi a minha criatividade, porque antes costumava adorar construir coisas", explicou, acrescentando que, durante a visita à sua antiga cidade do Texas, teve de usar uma camisola com capuz, óculos escuros e boné para se disfarçar, por temer pela sua segurança.

"Lá [no Qatar], não interessa de que religião se é. É-se sempre tratado da mesma maneira", observou.

O Irving Independent School District respondeu em comunicado afirmando que "continua a negar ter violado os direitos do estudante" e que "está a fazer tudo o que é possível para garantir que cada estudante atinge o seu potencial máximo".

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