Numa conferência de imprensa conjunta que contou com a presença de responsáveis da saúde, obras públicas, bombeiros, polícia, instituto de ação social e turismo, foi feito o ponto de situação do acidente que ocorreu pelas 14:45 (07:45 em Lisboa), depois de, segundo avaliações preliminares, o condutor ter saído do veículo sem puxar o travão de mão, permitindo que este se movesse até embater contra um edifício.

Do total de 44 pessoas a bordo, pertencentes a um grupo de turistas chineses que realizava uma visita de um dia a Macau, vindos da cidade vizinha de Shenzhen, 32 ficaram feridas e nove estão ainda internadas no hospital. Destas, três encontram-se em estado grave, sendo que uma corre mesmo risco de vida.

A vítima em situação mais crítica, uma mulher de 46 anos, apresentava lesões cerebrais e teve de ser sujeita a cirurgia, encontrando-se, ainda assim, em coma, segundo informou Lai Kai Seng, responsável do serviço de urgência do Hospital Kiang Wu, onde se encontram internados os feridos.

Os outros dois feridos graves, uma mulher de 42 anos e outra de 63 anos, não correm risco de vida, apesar de terem sofrido hemorragia cerebral e fraturas, respetivamente.

O chefe do Executivo, Chui Sai On, deslocou-se esta tarde ao hospital para visitar os feridos.

Os motivos do acidente ainda estão sob investigação, mas, de acordo com testemunhos, a polícia acredita que o motorista saiu do veículo após ter sentido um embate na traseira, causado por um automóvel. O autocarro estava já estacionado, mas ao sair para verificar o que se passou, o condutor ter-se-á esquecido de puxar o travão de mão, possibilitando o acidente.

"Convidámos o motorista para o departamento de trânsito para colaborar com a investigação, mas já temos indicação de condução perigosa", disse Wong Chi Fai, segundo comandante substituto do corpo de Polícia de Segurança Pública.

O edifício de seis andares onde o autocarro embateu, na Rua da Entena, ficou significativamente danificado e teve de ser evacuado.

"O pilar fundamental ficou muito danificado. Já adotámos medidas de suporte provisório. Temos de monitorizar 'in loco' a estrutura, neste momento não consigo tecer qualquer conclusão, mas a olho nu conseguimos detetar muitos danos. Até termos um resultado, não aconselhamos os moradores a voltarem a casa, pelo menos esta noite", indicou Li Canfeng, diretor dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

O edifício tem 21 frações, estando o Instituto de Ação Social a apoiar os moradores para que encontrem alojamento temporário. Até agora, quatro famílias foram instaladas no centro de sinistrados. O autocarro continua enfiado no pilar do edifício, sendo necessário erguer uma estrutura de suportes antes de o retirar.