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Tailandeses começam a votar Constituição da junta militar em referendo

Os tailandeses começaram a votar no referendo de hoje da nova Constituição do país, um texto polémico por permitir à junta militar no poder continuar a controlar politicamente a Tailândia mesmo depois de haver eleições.

Tailandeses começam a votar Constituição da junta militar em referendo
Notícias ao Minuto

06:28 - 07/08/16 por Lusa

Mundo Tailândia

Os militares tomaram o poder num golpe de Estado em 2014 e estabeleceram a aprovação da nova Constituição como um passo prévio para convocar eleições e restabelecer a democracia.

A proposta de Constituição em referendo foi elaborada por um comité selecionado pela junta militar, que assegura que o novo texto favorece a luta contra a corrupção.

Entre os pontos mais polémicos da proposta está a criação de um Senado nomeado pela junta militar e do qual dependerá a aprovação de leis ou a designação de titulares de diversos cargos, incluindo judiciais.

Os líderes dos dois maiores partidos políticos do país anunciaram o voto contra.

No entanto, foram proibidos os debates públicos sobre a proposta (fossem a favor ou contra o texto) e nas últimas semanas foram perseguidos e detidos todos aqueles que apelaram ao voto no 'não' à nova Constituição. Foi também encerrada uma cadeia de televisão.

Dada a proibição de qualquer debate público, a informação sobre a nova Constituição limitou-se a pouco mais do que os folhetos distribuídos pela Comissão Eleitoral, cuja imparcialidade é questionada.

Os textos nos folhetos insistem na "felicidade" que espera a Tailândia com a nova Constituição em vigor, que tem como objetivo "impedir que pessoas desonestas façam política". A criação de um Senado não eleito ou as limitações que serão impostas aos partidos políticos não merecem referência.

A organização de defesa dos Direitos Humanos Amnistia Internacional - em linha com diversas denúncias da comunidade internacional - apontou no sábado "o clima de medo" criado pela junta militar com a "constante criminalização da dissidência pacífica, desenhada para silenciar os pontos de vista de que as autoridades não gostam".

"Se as pessoas não podem dizer aquilo que pensam com liberdade ou participar em atividades políticas sem medo, como é que podem envolver-se sinceramente com este referendo?", questionou ainda o subdiretor para o sudeste asiático da Amnistia Internacional, Josef Benedict, num comunicado.

As mesas de voto abriram hoje com total normalidade, segundo relata a agência de notícias AFP.

São cerca de 50 milhões os eleitores chamados a votar no referendo e os resultados preliminares deverão ser conhecidos ao final do dia.

A Tailândia já aprovou 19 Constituições desde 1932, quando a monarquia absolutista passou a monarquia constitucional. Quase todas as Constituições foram revogadas na sequência de intervenções militares.

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