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Rebeldes do Iémen rejeitam acordo de paz da ONU aceite pelo governo

Os rebeldes do Iémen rejeitaram hoje um plano de paz proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU), previamente aceite pelo Governo, afirmando que qualquer acordo implica uma partilha do poder.

Rebeldes do Iémen rejeitam acordo de paz da ONU aceite pelo governo
Notícias ao Minuto

21:18 - 31/07/16 por Lusa

Mundo Riade

A proposta satisfaz globalmente as exigências do Governo, apoiado política e militarmente pela Arábia Saudita (sunita), e prevê nomeadamente a retirada dos rebeldes xiitas 'huthis', apoiados pelo Irão, das zonas ocupadas desde 2014, incluindo a capital, Sanaa.

O acordo do Governo foi obtido após uma reunião, em Riade, presidida pelo presidente iemenita, Abd Rabbo Mansur Hadi, exilado na Arábia Saudita, mas considerado a autoridade legítima pela comunidade internacional.

"A reunião (de Riade) aprovou o projeto de acordo apresentado pelas Nações Unidas e que pede o fim do conflito armado e à retirada" dos rebeldes de Sanaa e outras localidades que ocupam, indica um comunicado do executivo divulgado no Kuwait.

Este último apresentou como condição que os rebeldes e os seus aliados - as forças leais ao ex-Presidente Ali Abdallah Saleh - assinem até 07 de agosto este acordo de paz.

Mas os 'huthis' rejeitaram o plano que retoma vários pontos da resolução 2216 do Conselho de Segurança, como a restituição das armas pesadas às forças armadas, o levantamento do cerco a localidades e a libertação dos detidos.

"O que foi apresentado pelo enviado (da ONU) não era mais que as ideias para uma solução no dossier da segurança, tema a debater como as restantes propostas", sublinhou um comunicado difundido pela agência noticiosa dos rebeldes.

Para os rebeldes iemenitas, um acordo de paz deve prever um presidente consensual e um governo de união, antes de qualquer entendimento sobre soluções militares e de segurança.

No sábado, os rebeldes efetuaram uma incursão no sul da Arábia Saudita, apesar da trégua anunciada em abril, mas várias vezes violada.

Sete soldados sauditas morreram e a aviação saudita entrou em ação, matando "dezenas de atacantes", de acordo com a coligação militar árabe, liderada por Riade, no Iémen.

Hoje, duelos de artilharia foram registados na fronteira, indicaram fontes militares iemenitas.

Lançadas em abril, as negociações para encontrar uma solução para o conflito, que já causou mais de 6.400 mortos e deslocou 2,8 milhões de pessoas, de acordo com a ONU, não registaram qualquer progresso.

O país vive em guerra desde a ofensiva dos 'huthis', oriundos da importante minoria xiita zaidita, que conquistaram vastas áreas do território, incluindo Sanaa, a partir do bastião de Saada (norte).

A Arábia Saudita lidera uma coligação militar árabe para ajudar o governo de Hadi e contrariar a influência do grande rival xiita, o Irão, que acusou de armar os 'huthis'. O Irão desmentiu.

Os combatentes da rede terrorista da Al-Qaida e do grupo extremista Estado Islâmico (EI) reforçaram a presença neste país pobre da península arábica.

Mais de 80% da população precisa urgentemente de ajuda humanitária.

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