Política de asilo da chanceler alemã volta a ser alvo de críticas
O aliado político de Angela Merkel no estado da Baviera (sul da Alemanha) distanciou-se hoje novamente da política de acolhimento de refugiados defendida pela chanceler alemã na sequência dos ataques que têm afetado aquele país.
© Reuters
Mundo Alemanha
Horst Seehofer, líder do partido-irmão da União Democrata Cristã (CDU) de Merkel na Baviera, afirmou hoje que não partilha da opinião da chanceler de que a Alemanha pode acolher os cerca de 1,1 milhões de migrantes e de requerentes de asilo que chegaram ao país em 2015.
O chefe do governo da Baviera e líder da União Social-Cristã da Baviera (CSU) disse que "mesmo com a melhor das vontades" não pode concordar com tal opção política.
"A situação é muito problemática", referiu o representante, que falava numa reunião do governo regional bávaro em Tegernsee, acrescentando que as soluções assumidas até à data são "muito inadequadas".
Salientando que não deseja iniciar um diferendo com o partido de Merkel, Horst Seehofer defendeu que é importante encarar "a realidade" de frente.
Na quinta-feira, Merkel prometeu que a vaga de atentados no país não irá afetar a sua política de asilo e rejeitou firmemente os apelos para reverter tal opção.
"[Os atacantes] querem pôr em causa o nosso sentido de comunidade, a nossa abertura e a nossa vontade de ajudar pessoas que necessitam", afirmou então a chanceler em declarações à comunicação social em Berlim.
"Rejeitamos isto firmemente", garantiu Merkel, que interrompeu as suas férias de verão a norte de Berlim para falar à imprensa na capital alemã.
A chefe do governo alemão admitiu na mesma ocasião que os recentes ataques registados no país foram "chocantes, opressivos e depressivos", mas rejeitou a ideia de que as autoridades estejam a perder o controlo.
"Eu continuo convencida de que conseguiremos -- é o nosso dever histórico e este é um desafio histórico em tempos de globalização", concluiu.
Os quatro atentados recentes na Alemanha -- um ataque com um machado, um tiroteio, um ataque à facada e um bombista suicida -- causaram 13 mortos, entre os quais três atacantes, e dezenas de feridos.
Um dos ataques ocorreu em Munique, capital do estado federado da Baviera.
Três dos quatro atacantes procuravam asilo e dois dos atentados foram reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
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