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Presidenciais serão decididas por grupos populacionais específicos

A eleição presidencial nos Estados Unidos será decidida pela capacidade dos dois candidatos conseguirem mobilizar dois grupos demográficos muito específicos que podem fazer toda a diferença, acredita o embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Robert Sherman.

Presidenciais serão decididas por grupos populacionais específicos
Notícias ao Minuto

17:37 - 26/07/16 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Se o caminho para a Casa Branca nas presidenciais norte-americanas de novembro próximo se apresenta mais fácil para a candidata do Partido Democrata Hillary Clinton, a forma como o adversário do Partido Republicano Donald Trump conseguir mobilizar a população branca sem grau académico pode dar-lhe a vitória, demonstrou hoje o diplomata numa explicação do sistema eleitoral norte-americano em Lisboa, promovida pelo American Club.

"Baseando-nos na história de como votam os nossos Estados, o caminho é mais fácil para a eleição dos democratas do que do candidato republicano. Mas isso não quer dizer que a eleição de Donald Trump seja impossível", disse à agência Lusa Robert Sherman.

Na sua explicação, o diplomata deixou claro que os norte-americanos não elegem o seu Presidente por voto direto, mas através da contagem dos votos atribuídos a cada Estado, pelo que, para vencer, basta que um dos candidatos consiga o número de Estados que lhe dê um mínimo de 270 votos.

O candidato do Partido Democrata nos últimos 25 anos ganhou sempre em 18 Estados, contra 13 do candidato republicano, e com um total de 242 votos distribuídos, razão por que Hillary, atendendo à história eleitoral do último quarto de século, parte com uma vantagem considerável.

Porém, avisa Sherman, esta "vai ser uma eleição difícil". E àqueles que acreditam que será uma eleição fácil para Hillary Clinton, o diplomata diz desde já que "isso não reflete o que está a acontecer nos Estados Unidos".

"A votação da população branca educada sem grau académico terá um peso dramático no resultado das eleições. A questão é se irão votar, porque, se não se abstiverem, de acordo com as sondagens, estes eleitores irão favorecer Trump", explicou Sherman à Lusa.

Mas essa é também a questão com o voto feminino. Porque, se Hillary "entra melhor neste grupo demográfico", a candidata demográfica "não está a entusiasmar as mulheres, ainda que Trump pareça afastá-las", diz o representante dos Estados Unidos em Portugal.

Resta dizer que comportamento histórico da abstenção favorece, neste ponto particular, Hillary Clinton, já que as mulheres se abstêm sempre menos que que do que a faixa demográfica mais favorável a Trump.

"Tudo será decidido pela capacidade de cada um motivar as suas bases de apoio", diz Sherman.

"A razão por que Barack Obama ganhou em 2008 foi porque conseguiu mais grupos populacionais, ganhou entre a juventude, hispânicos, entre os afroamericanos, que tradicionalmente não votavam. Se as eleições fossem as mesmas do que em 2004, John McCain teria ganho", explicou.

"A questão é, pois, conseguirá Trump fazer a mesma coisa? Conseguirá ele motivar os grupos demográficos que normalmente não votam em grandes números? Se o conseguir, ganhará estas eleições", rematou o diplomata.

Instado a dar uma opinião sobre quais as implicações das eleições norte-americanas na relação dos Estados Unidos com a União Europeia e com Portugal, Sherman escusou-se o comentar diretamente, mas não deixou de assinalar que Trump falou já em "em construir muros e impedir que mais imigrantes cheguem ao país" ou que disse "que não tem a certeza de que defenderia países do Báltico se fossem atacados pela Rússia".

A vitória de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas, concluiu, por isso, o diplomata, terá "implicações tremendas" no domínio da política externa norte-americana.

"Se ele estiver mesmo a falar a sério e eu dou crédito ao que diz", rematou Robert Sherman.

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