Venezuela quer reverter efeitos da inflação e desvalorização da moeda
A Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição detém a maioria, aprovou uma lei para "reverter o desgaste" causado pela inflação e a desvalorização do bolívar (a moeda local) relativamente ao dólar norte-americano.
© Lusa
Mundo Parlamento
A medida foi aprovada somente pelos deputados da aliança Mesa de Unidade Democrática, tendo os parlamentares dos partidos afetos ao regime do Presidente Nicolás Maduro votado contra.
A nova lei, que deverá ainda ser submetida a mais dois debates parlamentares, prevê que trimestralmente seja feita uma revisão do impacto da inflação nos salários dos trabalhadores venezuelanos e prevê uma compensação pelo efeito que a desvalorização da moeda tenha sobre os rendimentos da população.
Durante o debate, o deputado autor da proposta, Tomás Guanipa, do partido Primeiro Justiça, propôs a criação de uma comissão especial sobre este assunto, que teria um custo adicional de 2 mil milhões de dólares, que, disse, podem ser custeados pelo Governo, argumentando que o regime gasta recursos de maneira "excessiva".
O deputado acrescentou que o país obteve 45 mil milhões de dólares de um fundo conjunto com a China, que se perderam "na corrupção" e que o Governo pode recuperar 8.400 milhões de dólares em acordos petrolíferos que não cobra e reduzir outros 6 mil milhões de dólares dos gastos militares.
Tomás Guanipa precisou que 5,5 milhões dos 30 milhões de venezuelanos recebem o salário mínimo mensal, o que equivale a 0,80 dólares diários à taxa de câmbio oficial Dicom, num país onde a desvalorização da moeda chegou a 200% e a inflação projetada para este ano é de 700%.
Por outro lado o deputado Ricardo Sanguino, do Partido Socialista Unido da Venezuela, acusou os parlamentares da oposição de pretenderem assumir atribuições que não lhes correspondem, precisando que é o Executivo quem fixa o salário dos venezuelanos, através da "agenda bolivariana".
Ricardo Sanguino acusou a oposição de não reconhecer que existem problemas de receitas fiscais, provocados pela descida dos preços do petróleo.
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