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Papa pede a religiosas que façam cursos "mesmo fora do mosteiro"

O papa Francisco recomendou hoje às religiosas a viver em clausura que se atualizem e façam "cursos específicos de formação mesmo que fora do mosteiro".

Papa pede a religiosas que façam cursos "mesmo fora do mosteiro"
Notícias ao Minuto

16:11 - 22/07/16 por Lusa

Mundo Francisco

A recomendação faz parte da nova Constituição apostólica "Vultum Dei Quaerere" (A busca do rosto de Deus), hoje publicada pelo Vaticano e assinada pelo papa a 29 de junho, que regulamenta a vida contemplativa feminina em substituição da anterior "Sponsa Christi", de 1950.

Para garantir uma formação permanente adequada, Francisco aponta o "intercâmbio de material formativo" entre conventos, mas também a utilização "de meios de comunicação digital", que não deve distrair da missão inicial.

Embora o papa não se refira aos escândalos financeiros ou o das monjas estrangeiras sequestradas durante anos em mosteiros, o documento estabelece novas regras para evitar irregularidades e garantir a sobrevivência de muitas destas ordens que vivem em clausura.

A necessidade de uma regulamentação da vida contemplativa das religiosas deve-se "à rápida evolução da história humana nos últimos 50 anos e desde o Concílio Vaticano II e da necessidade de estabelecer um diálogo com a sociedade contemporânea".

O documento apresenta 12 temas de reflexão sobre a vida consagrada em geral e conclui com 14 artigos exclusivamente para os conventos femininos.

O papa argentino expressa o seu apreço pelas "irmãs contemplativas", que se dedicam principalmente ao silêncio e à oração, sublinhando que a Igreja católica precisa destas religiosas, embora reconheça "não ser uma missão fácil" nos tempos atuais.

Dados da Comissão Episcopal da Vida Consagrada indicam existirem atualmente cerca de 3.600 mosteiros femininos em todo o mundo.

O papa adverte ser preciso "evitar totalmente o recrutamento de candidatas de outros países com o único objetivo de salvaguardar a sobrevivência do mosteiro".

"Esta é uma preocupação que o papa já referiu publicamente ao denunciar o 'tráfico de monjas' e, embora isto não implique fechar portas às vocações de outros países, não se podem admitir noviças para manter um convento. Isto não é uma justificação evangélica", disse, na apresentação do documento, o secretário da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada, o espanhol José Rodríguez Carballo.

Quando a sobrevivência do convento estiver em perigo, deve ser pedida ajuda para a criação de uma comissão que estude o processo de "acompanhamento para revitalizar o mosteiro ou para organizar o encerramento".

O papa indica que "em princípio, todos os mosteiros devem integrar uma federação", que deve ter, mais que uma orientação geográfica, uma configuração de "afinidades de espírito e tradições".

Às monjas, Francisco lembra a importância do trabalho, que não deve "ser apenas para garantir um sustento digno, mas também, na medida do possível, ajudar os mais necessitados e mosteiros necessitados".

Apesar de algumas comunidades monásticas puderem ter rendimentos próprios, "não devem ficar dispensadas do dever de trabalhar", acrescentou o papa.

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