Segundo Pierre Nkurikyie, porta-voz da polícia burundesa, Hafsa Mossi foi abatida às 10:30 locais (09:30 em Portugal) no bairro de Gihosha, na zona leste de Bujumbura, e o crime está já a ser investigado.
Hafsa Mossi, que exerceu cargos no Governo burundês entre 2005 e 2007, regressando ao executivo como ministra para os Assuntos da Comunidade dos Estados da África de Leste, desempenhava atualmente o cargo de deputada na Assembleia Legislativa Leste Africana, um parlamento regional.
Antiga jornalista da televisão burundesa (RTNB) e da cadeia de televisão britânica BBC, Hafsa Mossi, de cerca de 50 anos, era também dirigente do Conselho Nacional para a Defesa da Democracia - Forças para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD), liderado pelo Presidente burundês, Pierre Nkurunziza.
A controversa decisão de Nkurunziza se candidatar, com êxito, a um terceiro mandato na presidência burundesa desencadeou em abril de 2015 uma nova crise política e militar no país, que já provocou mais de meio milhar de mortos e levou mais de 270.000 pessoas a abandonar o Burundi.
Vários altos dirigentes militares próximos do presidente têm sido assassinados desde o início da crise.
No entanto, Hafsa Mossi, que chegou a ser conselheira de Nkurunziza, estava há vários anos longe da ribalta política e foi a primeira alta dirigente política a ser assassinada.