Rússia estreou navio quebra-gelo militar pela primeira vez em 45 anos

A Rússia colocou hoje na água em São Petersburgo, no noroeste do país, um novo navio quebra-gelo militar, uma estreia em 45 anos que é reflexo das suas ambições no Ártico.

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Lusa
10/06/2016 22:15 ‧ 10/06/2016 por Lusa

Mundo

São Petersburgo

Também conhecido como "Projeto 21180", o navio, o Ilia Muromets, tem uma força de tração de 6.000 toneladas e mede 85 metros de comprimento.

"Em 2017, o navio vai integrar a Frota do Norte e permitir-nos dar prioridade às águas setentrionais", anunciou o almirante Igor Zvaritch, que dirige o departamento técnico da Marinha russa.

A construção de mais dois navios quebra-gelo, com uma força de tração de 8.500 toneladas, deverá iniciar-se no próximo outono, acrescentou o diretor dos estaleiros navais do Almirantado em São Petersburgo, Alexandre Buzakov.

A Rússia, que já tem 40 navios civis com capacidade de partir gelo ao longo do ano, está a construir navios quebra-gelo militares em conformidade com a sua política de expansão no Ártico, explicou o especialista Igor Korotchenko, diretor do centro de Análise do Comércio Mundial de Armas.

"O Ártico é hoje uma região prioritária para a Rússia. Instalámos lá um conjunto de sistemas de defesa antimíssil e construímos bases militares nas ilhas dos arquipélagos", sendo, nesse contexto, os navios quebra-gelo militares um elemento fundamental para a sua revitalização, sublinhou.

A Rússia já tem mais navios desses que a totalidade dos outros países, precisou Alexandre Khramtchikin, especialista russo do Instituto de Análise Geopolítica e Militar.

Além das funções militares, acrescentou, estes navios podem permitir criar "rotas marítimas" novas que, segundo alguns estudos científicos, o degelo dos glaciares poderá tornar acessíveis aos navios mercantes durante o verão a partir de 2050.

Há vários anos que a Rússia multiplica as manobras militares em grande escala nessa região rica em hidrocarbonetos e que é alvo de cobiça crescente, não só da parte da Rússia, mas também dos Estados Unidos e do Canadá.

Em agosto, Moscovo, que sonha ser a principal potência do Ártico, reivindicou também perante a ONU, apoiada em provas científicas, a soberania sobre 1,2 milhões de quilómetros quadrados no Ártico.

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