PGR diz que Lula sabia de corrupção e tentou interferir na Lava Jato
O procurador geral da República do Brasil, Rodrigo Janot, diz que o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia dos esquemas de corrupção na Petrobras e tentou interferir nas investigações judiciais da Operação Lava Jato.
© Lusa
Mundo Petrobras
Estes são argumentos que constam do pedido de investigação a Lula da Silva que o procurador enviou na terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), parcialmente divulgado pela imprensa brasileira.
Para Janot, a organização criminosa que desviou dinheiro da Petrobras não poderia ter funcionado durante tantos anos e de uma forma tão ampla sem a participação do ex-Presidente.
No texto, citado pela impresa brasileita, o procurador também afirma que "se constatou que Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai e Maurício Bumlai atuaram na compra do silêncio de Nestor Cerveró para proteger outros interesses".
Nestor Cerveró é um ex-funcionário da Petrobras que foi condenado por corrupção passiva e branqueamento de capitais pela sua participação nos desvios de dinheiro da petrolífera.
Cerveró fez um acordo de delação premiada (cooperação com a justiça em troca da redução da pena).
"Embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mantém o controle das decisões mais relevantes, inclusive no que concerne as articulações espúrias para influenciar o andamento da Operação Lava Jato", escreveu o procurador na denúncia enviada ao STF e citada pela imprensa.
Em defesa do ex-Presidente, o Instituto Lula divulgou na terça-feira um comunicado em que considera que "a peça apresentada pelo procurador-geral da República indica apenas suposições e hipóteses sem qualquer valor de prova".
"Trata-se de uma antecipação de juízo, ofensiva e inaceitável, com base unicamente na palavra de um criminoso", acrescenta o comunicado, que garante que "Lula não participou nem direta nem indiretamente de qualquer dos factos investigados na Operação Lava Jato".
Brasília, 03 mai (Lusa) - A Procuradoria brasileira pediu hoje ao Supremo Tribunal do Brasil que investigue o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, três ministros do Governo de Dilma Rousseff e outros 27 políticos por alegado envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que, além de Lula, sejam investigados os ministros da Secretaria da Presidência, Ricardo Berzoni, da Informação, Edinho Silva e o chefe de gabinete da Presidência, Jaques Wagner.
Lula, que foi nomeado ministro de Dilma Rousseff, mas não pode assumir o cargo por ordem judicial, já estava a ser alvo de duas investigações por alegada corrupção e branqueamento de capitais em dois tribunais comuns, mas a Procuradoria dirigiu agora um pedido ao Supremo Tribunal.
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