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Holocausto separou irmãos que a internet agora uniu

Uma bonita história de um reencontro de famílias 77 anos depois de terem sido separadas pelo regime nazi.

Holocausto separou irmãos que a internet agora uniu
Notícias ao Minuto

12:33 - 03/05/16 por Patrícia Martins Carvalho

Mundo Emocionante

Durante a Segunda Guerra Mundial milhões de famílias judias foram destruídas devido à política de exterminação levada a cabo pelo regime de Adolf Hitler.

Quando, em 1939, a Alemanha invadiu a Polónia, os irmãos Abram e Chaim Belz foram separados. A mãe dos jovens pediu-lhes que fugissem e Chaim assim fez, mas Abram, por ser o mais velho, decidiu ficar no gueto.

Chaim fugiu para a União Soviética onde reconstruiu a sua vida. A família sabia que ele havia sobrevivido à fuga porque correspondiam-se com regularidade, mas houve um momento em que as cartas deixaram de chegar e o contacto perdeu-se.

Abram não teve a mesma sorte. Foi levado para um campo de concentração com destino à morte. Mas conseguiu sobreviver, tendo sido um dos poucos judeus que logrou resistir à missão homicida do regime nazi.

Acabada a Segunda Guerra Mundial, em 1945, Abram rumou aos Estados Unidos para começar uma vida do zero. Em Nova Iorque casou e constituiu família, sem nunca deixar de tentar encontrar o irmão.

Para isso contactou o governo polaco e até pediu ajuda a organizações não-governamentais de apoio a sobreviventes do Holocausto, mas nunca reencontrou o irmão. A filha também pediu ajuda em 1980 à Cruz Vermelha russa e polaca, mas não obteve resposta, até que as redes sociais fizeram o que em 77 anos não foi possível.

A história é-nos relatada pelo Washington Post que assistiu ao reencontro familiar via Skype.

A neta de Abram, através de um site judeu, entrou em contacto com um especialista em árvores genealógicas que rastreou nos documentos russos o nome de Chaim. Depois, a informação conseguida foi partilhada num grupo de judeus no Facebook e, posteriormente, noutra rede social russa.

A informação divulgada pela neta de Abram foi atravessando fronteiras até que chegou a Evgeny Belzhitsky, o filho de Chaim, através da rede social russa Classmate.

O Washington Post assistiu ao momento em que, no dia 20 de abril, as duas famílias se conheceram através do Skype.

Em frente ao computador em New Jersey estavam a filha e as quatro netas de Abram. Do outro lado do monitor em Sakhalin Island, na Rússia estava o filho, a neta e as bisnetas de Chaim.

Apesar das tentativas, Abram e Chaim nunca mais se voltaram a ver desde 1939. O primeiro morreu em 2011, com 95 anos. O segundo perdeu a vida aos 51 anos para um tumor cerebral. 

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