"Nós queremos reforçar a nossa cooperação na área energética, como forma de aproveitar o potencial das duas partes", disse o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, falando após a assinatura de um memorando de entendimento entre os dois países nos setores da energia, recursos minerais e hídricos.

O chefe da diplomacia moçambicana disse que o memorando de entendimento vai servir para troca de experiências na área energética, num momento em que Moçambique se destaca com um forte potencial no setor a nível regional.

"Houve vontade de ambas partes para intensificar a cooperação nesta área", frisou Baloi, acrescentando que delegações dos dois países farão visitas mútuas para a identificação de novos projetos.

Além da área energética, prosseguiu o governante moçambicano, os dois países querem reforçar a cooperação nos domínios de transporte, uma estratégia para aproveitar a localização de Moçambique, com acesso ao oceano Índico.

"Sabemos que Suazilândia é um país interno e precisa exportar e importar a partir do Índico", observou Baloi, salientando que este foi um dos principais temas do encontro entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o rei da Suazilândia, Mswati III.

Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da Suazilândia, Mgwangwa Gamedze, disse que a cooperação entre os dois países está num bom estado e que a visita do rei a Moçambique serviu para reforçar a parceria entre as partes, apontando também a saúde como outra área importante.

"Nós temos casos de doenças comuns entre os dois países e é necessário que haja mais discussões para reforçar este setor", afirmou o chefe da diplomacia da Suazilândia, avançando a existência de um projeto de atribuição de bolsas de estudo a estudantes suazis em universidades moçambicanas.

Tal como a África do Sul, a Suazilândia compra energia de Moçambique, num parceria, por vezes, contestada pela parte suazi devido aos altos custos.

Mgwangwa Gamedze disse que decorrem discussões entre delegações dos dois países para uma possível revisão do preço da energia, lembrando que o seu país também é produtor, mas em quantidades incapazes de abastecer todo o país.

"Queremos continuar a comprar energia de Moçambique e fortificar as relações", concluiu o governante, assinalando também que a comunidade moçambicana no seu país tende a aumentar, uma situação que exige medidas para regularizar as pessoas em situação ilegal.

Na visita de Estado a Moçambique, a convite de Filipe Nyusi e que termina no domingo, o rei suazi é acompanhado por quadros do seu governo, incluindo a ministra dos Recursos Naturais e Energia, Jabulile Mashwama, além do ministro dos Negócios Estrangeiros.

A Suazilândia faz fronteira com Moçambique a sul do país e é a única monarquia absoluta em África, sendo sistematicamente criticada por violação dos direitos humanos e esbanjamento da família real face à extrema pobreza que afeta a maioria da população.