Presidente polaco defende reforço da "fronteira europeia"
O Presidente da Polónia, Andrzej Duda, defendeu hoje em Lisboa o fortalecimento e o reforço da "fronteira europeia" e declarou-se um "absoluto entusiasta" do acordo de Schengen sobre a livre circulação de pessoas no espaço comunitário.
© Reuters
Mundo Andrzej Duda
"Quero frisar que a Polónia é um membro leal da União Europeia (UE), e envida todos os devidos esforços para não infringir o acordo de Schengen, para manter as fronteiras de Schengen e também para defender a fronteira sul da Europa", assinalou Andrzej Duda no decurso de uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que no final da manhã o recebeu no palácio de Belém.
"A fronteira europeia deve ser fortalecida, devemos unir-nos na defesa comum das fronteiras europeias reforçadas", afirmou o Presidente polaco, que hoje efetuou uma visita de trabalho a Portugal no âmbito dos trabalhos preparatórios da cimeira da NATO prevista para julho em Varsóvia, quando o Governo conservador do seu país tem vindo a ser acusado de autoritarismo e desrespeito por diversas normas europeias, incluindo na gestão da crise dos refugiados.
Andrzej Duda afirmou-se "um absoluto entusiasta do acordo de Schengen, porque no interior da Polónia os princípios e normas do acordo de Schengen estão a ser entendidos como uma mais-valia".
"Uma pessoa que tenha boa vontade será recebida na Polónia, mas em simultâneo não negamos a ninguém o direito à livre circulação no interior da UE", afirmou.
A negociação e a defesa de "todos os assuntos europeus" e o respeito por Varsóvia de "todos os acordos e princípios aceites no interior da UE" e "segundo as normas da lei comunitária" foi outro aspeto enfatizado pelo Presidente polaco, que defendeu o fortalecimento da NATO na Europa de leste.
Andrzej Duda destacou a sua "forte posição na defesa dos interesses de Portugal no baluarte sul do pacto do Atlântico norte" e revelou que os "pontos mais vulneráveis", numa alusão às guerras na Síria, Líbia e Iraque, vão ser abordados na cimeira da NATO em julho, a par dos "respetivos problemas da Europa de leste".
Numa referência específica à Rússia, a primeira preocupação do designado "flanco leste" da NATO, defendeu um "diálogo de parceria e igualdade" e destacou a sua importância.
"(O diálogo) será possível quando a Rússia se certificar que estamos coesos nos nossos meios e objetivos", adiantou o chefe de Estado polaco.
Ainda numa alusão ao "outro grande problema", relacionado com a crise migratória, defendeu a preservação das fonteiras do continente europeu, sublinhou a importância de "zelar pelo cumprimento do acordo com a Turquia", e o auxílio aos mais necessitados "naqueles territórios", terminado com um ditado polaco: "A chave encontra-se na unidade".
Numa resposta a Marcelo Rebelo de Sousa, que na sua intervenção disse que Portugal "segue com muito interesse a próxima realização em julho da jornada mundial da juventude em que participará o Papa Francisco, bem como a cimeira da Aliança Atlântica", Andrzej Duda convidou o seu homólogo a visitar a Polónia neste período.
A cimeira da NATO em Varsóvia está prevista para 8 e 9 de julho em Varsóvia, enquanto as jornadas do Dia mundial da juventude vão decorrer entre 25 e 31 de julho na cidade de Cracóvia.
PCR // JMR
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