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Bruxelas: Uma semana passou numa cidade com mais 'cicatrizes'

Uma semana depois dos atentados em Bruxelas são as limitações nos transportes públicos e as trocas de acusações políticas que marcam as páginas dos jornais, enquanto nas ruas as 'cicatrizes' são visíveis através de velas, flores e mensagens em papel.

Bruxelas: Uma semana passou numa cidade com mais 'cicatrizes'
Notícias ao Minuto

10:23 - 29/03/16 por Lusa

Mundo Atentado

Duas explosões registaram-se no aeroporto de Zaventem pelas 08:00, subida do estado de alerta pelas 08:50, ordem de evacuação de estações de metropolitano e do comboio e explosão na estação de Maelbeek pelas 09:11.

O primeiro alvo continua sem data para retomar a normalidade. Apesar da garantia de estabilidade das infraestruturas, os responsáveis estimam que necessitarão de meses até que o aeroporto funcione em pleno.

Os planos mais imediatos incluem estruturas provisórias para acolher entre 800 e mil passageiros, em vez dos anteriores 5.000 por hora. A luz verde só será dada depois de um teste de hoje.

Pelo setor dos comboios surgiu a informação, através de um sindicato, que a circulação se prolongou até depois das 10:00, ou seja cerca de uma hora depois da subida do estado de alerta.

Para a estrutura sindicalista CGSP-Cheminots, a questão principal esteve na falta de comunicação, já que o ministro do Interior garante ter dado sobre a ordem de evacuação.

A empresa da gestão ferroviária já explicou ter encerrado gradualmente a circulação, enquanto no sábado um responsável da empresa do metro disse que a sociedade pública de transportes de Bruxelas não recebeu qualquer instrução do governo federal para parar.

Um dia antes, o ministro do Interior belga, Jan Jambon, tinha garantido que a decisão de evacuar as estações de metro e as cinco paragens ferroviárias na capital belga foi tomada pelas 08:50.

Jambon anunciou depois que iria fazer a análise, com todos os intervenientes, para dar as explicações finais, que ainda são aguardadas.

A circulação do metro continua limitada e sem parar na estação de Maelbeek.

Na política interna, além de ter de gerir a ameaça de greve dos polícias do aeroporto, o Governo federal foi logo abalado pelos pedidos de demissão, recusados, dos ministros do Interior e da Justiça.

Sobretudo as críticas do presidente turco colocaram sob fogo a coordenação a nível europeu no controlo de potenciais terroristas, com Recep Tayyip Erdogan a informar que, em junho de 2015, o seu país deteve um dos autores dos atentados e que o aviso foi lançado a belgas e holandeses.

Também pela Comissão Europeia houve um apontar do dedo à falta de vontade, coordenação e confiança dos países em partilhar informação e foi dada pressa ao Parlamento Europeu para aprovar nomeadamente o registo nacional de passageiros.

Para fazer o luto dos mais de 30 mortos, a cidade escolheu a praça da Bolsa, em plena baixa, mas também os acessos à estação de metro de Maelbeek, muito próxima do coração europeu. Habitantes e visitantes têm deixado flores, bandeiras, velas, mensagens que a autarquia bruxelense prometeu preservar.

Uma marcha contra o medo esteve marcada para domingo de Páscoa, mas os apelos das autoridades para um adiamento foi cumprido. Em vez da manifestação, uma multidão concentrou-se espontaneamente na Praça da Bolsa e a este espaço de homenagem pública chegaram também centenas de elementos que se apresentaram como 'hooligans', afirmaram-se contra o terrorismo e benefícios aos imigrantes. A tensão e algumas provocações acabaram por ser dispersadas por canhões de água da polícia.

Por agora, os factos mostram a falta de identificação do terceiro suspeito do aeroporto, o denominado homem do chapéu que tem surgido em imagens difundidas pela polícia e uma factura que será, pelo menos, de 4 mil milhões de euros. Para durar estão as incertezas políticas, de segurança e sociais de uma cidade com mais cicatrizes desde há uma semana.

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