Os dados oficiais do serviço de estatísticas Rosstat hoje publicadas ilustram o duplo efeito da crise -- provocada pela queda do preço do petróleo e das sanções ocidentais decretadas na sequência da crise na Ucrânia -- sobre o nível de vida dos russos, e quando o Presidente Vladimir Putin também alicerçou a sua popularidade nos progressos registados na luta contra a pobreza.
Em média, em 2015, 19,2 milhões de russos (13,4 por cento da população) garantiu rendimentos inferiores ao limite fixado pelo Governo em função de um cabaz de produtos indispensáveis. Em 2014, o número estabilizou em 16,1 milhões (11,2% da população), o que significa um aumento de 20%.
No quarto trimestre, o limite estava fixado em 9.452 rublos (123 euros).
À semelhança dos anos anteriores, o pico é atingido no primeiro trimestre, quando o número de russos considerados pobres atinge 22,9 milhões, 15,9% da população.
No quarto trimestre, e seguindo a tendência sazonal habitual, a taxa reduz-se para 14,5 milhões no limite fixado (10% da população).
Esta tendência explica-se pelo aumento dos preços em 2015 devido à crise monetária, com uma queda do rublo, e pelo embargo alimentar decretado pelo Kremlin à maioria dos produtos alimentares ocidentais e represálias às sanções europeias e norte-americanas no contexto da crise ucraniana.