Tunísia lança campanha para afastar jovens de grupos terroristas
A Tunísia lança no domingo uma campanha, dirigida sobretudo aos jovens, para tentar conter o extremismo religioso que tem aumentado no país e levado milhares deles a aderirem a organizações como o autoproclamado Estado Islâmico (EI).
© Lusa
Mundo extremismo
O país foi atingido por quatro grandes atentados no último ano, todos cometidos por 'jihadistas' tunisinos, pelo que analistas consultados pela AFP reclamam também uma aproximação global contra o terrorismo, que é religioso, mas também social, económico e político.
A campanha, que deve durar um ano, visa propagar "os verdadeiros valores do Islão (...) moderado", a fim de "proteger os jovens e o seu pensamento do terrorismo", afirmou o Ministério dos Assuntos Religiosos.
Como parte dessa iniciativa, chamada 'Ghodwa khir' ('Amanhã vai ser melhor', no dialeto árabe tunisiano), será apresentado um sítio na Internet de sermões e palestras religiosas.
O ministério também vai financiar programas contra o terrorismo na rádio e na TV, um 'call center' responsável por "conhecer perguntas dos jovens sobre questões religiosas" e organizar cursos nas mesquitas, sob a supervisão de imãs e pregadores permitidos.
Nos últimos anos, milhares de tunisinos, maioritariamente jovens, juntaram-se a grupos extremistas como o EI na Síria, no Iraque e na Líbia, constituindo uma das principais ameaças à segurança do país, segundo as autoridades.
Estas iniciativas são "um passo importante e mostram que as autoridades começaram a considerar a necessidade de um terreno ideológico para combater o terrorismo", porque a abordagem de segurança não é suficiente, disse à AFP Hamza Meddeb, investigador não-residente no Centro Carnegie.
No entanto, para que tenha sucesso, a Tunísia precisa de "uma estratégia global para combater o extremismo" e não de uma campanha limitada no tempo, acrescentou.
"A estratégia intelectual não é suficiente para combater o extremismo", advertiu, pelo seu lado, Olfa Lamloum, diretora da ONG International Alert na Tunísia.
O terrorismo "não tem uma única causa e a religião em si não é o fator principal do extremismo", disse, considerando que é necessário "o desenvolvimento económico, social e político" de jovens e marginalizados desempregados, especialmente nas regiões do interior.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com