Parlamento da Coreia do Sul bate recorde de 'filibuster' com mais de 130 horas

Deputados da oposição da Coreia do Sul somaram hoje mais de 130 horas ininterruptas de intervenção na Assembleia Nacional (parlamento) para bloquear a aprovação de uma lei, o que supõe o caso de 'filibuster' mais longo da história.

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© Reuters

Lusa
29/02/2016 06:54 ‧ 29/02/2016 por Lusa

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Deputados

Um total de 24 deputados do partido Minjoo, a principal força da oposição, somavam 136 horas de discurso pelas 11:00 (03:00 em Lisboa), segundo mostrou em direto a televisão local YTN, para evitar a aprovação da Lei Antiterrorismo, promulgada pelo partido Saenuri, com maioria absoluta.

Os meios de comunicação social sul-coreanos garantem que se trata do caso de 'filibuster' - uso ininterrupto da palavra - mais longo da história, já que o anterior recorde, alcançado em 2011 por 103 deputados canadianos foi de 58 horas.

Os deputados do partido progressista sul-coreano anunciaram que vão prosseguir com a sua intervenção até que o Governo aceite iniciar um diálogo para negociar o conteúdo da lei.

O executivo da Presidente conservadora, Park Geun-hye, apresentou esta lei ao parlamento após os recentes testes nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, e depois do intensificar da ameaça do terrorismo islâmico a nível mundial.

Contudo, a oposição critica o diploma, por outorgar amplos poderes ao Serviço Nacional de Inteligência (NIS) de Seul para espiar as comunicações privadas de particulares em nome da segurança.

Jung Chung-rae, um dos deputados que participou na ação, fez história, no sábado, por ter proferido o mais longo discurso na Assembleia Nacional: 11 horas e 39 minutos.

Desde que arrancou a sessão -- na passada terça-feira, dia 23 -- os deputados 'filibuster' recorreram a todo o tipo de técnicas para manter as suas intervenções durante horas, tal como cantar músicas de protesto ou ler excertos de livros, incluindo o famoso "1984" de George Orwell.

O Saenuri, partido no poder, que conta com 157 dos 293 assentos, contra 109 do Minjoo, criticou o ato por também impedir que sejam aprovadas outras leis antes das próximas eleições para o parlamento, marcadas para 13 de abril.

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