Japão diz não ter provas sobre escravas sexuais na Segunda Guerra
O Japão anunciou, antes de uma conferência da ONU sobre discriminação das mulheres, não ter encontrado qualquer prova de recrutamento forçado de escravas sexuais para bordéis militares nipónicos durante a Segunda Guerra Mundial, foi hoje noticiado.

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"A delegação vai explicar a posição japonesa" na conferência organizada pela ONU a partir de 15 deste mês, em Genebra, disse uma responsável do ministério dos Negócios Estrangeiros japonês para as questões de igualdade de género, que pediu o anonimato.
Num relatório apresentado em dezembro à comissão para a eliminação da discriminação das mulheres, Tóquio disse ter realizado "uma investigação exaustiva" através da análise de documentos e entrevistas, nomeadamente com antigos militares.
"'Os raptos' de 'mulheres de conforto' (nome dado às escravas sexuais dos soldados japoneses) pelo exército e governo não puderam ser confirmados em nenhum dos documentos identificados", de acordo com o relatório datado de 08 de dezembro.
Este discurso vai dificultar o acordo, concluído entre o Japão e a Coreia do Sul, sobre estes casos. Apesar de ter sido considerado "final e irreversível" pelos diplomatas, o acordo está longe de ser aceite pelos dois países, onde algumas sobreviventes, obrigadas a prostituir-se para as tropas japonesas, pensam que Tóquio não mostrou arrependimento suficiente.
A questão das "mulheres de conforto" dificultou, durante décadas, as relações do Japão com os países que colonizou ou invadiu.
Até 200 mil mulheres, na maioria coreanas, mas também chinesas, filipinas e indonésias, foram obrigadas pelo exército japonês a prostituir-se em bordéis durante a Segunda Guerra Mundial.
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