Guiné Equatorial proíbe noticias sobre julgamento de ex-presidente
O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, proibiu a televisão estatal de fazer a cobertura noticiosa do julgamento do ex-presidente da Costa do Marfim Laurent Gbagbo, por crimes contra a humanidade, a decorrer em Haia.
© Lusa
Mundo Costa do Marfim
"Fomos proibidos de transmitir o julgamento por causa da amizade dele com o nosso Presidente", disse um alto responsável da estação televisiva estatal, referindo-se a Obiang.
A estação RTNGE, que emite em espanhol, é vista por cerca de 85% da população.
As acusações contra Gbagbo prendem-se com a violência pós-eleições na Costa do Marfim em 2010-2011, que também foi mantida fora dos ecrãs na Guiné Equatorial devido ao que as autoridades afirmaram ser o princípio de "não-ingerência nos assuntos internos de outro país".
Gbagbo começou na semana passada a ser julgado no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia por crimes de guerra e crimes contra a humanidade pelo papel que alegadamente desempenhou na onda de violência que fez cerca de 3.000 mortos.
Mas quando o ex-dirigente costa-marfinense foi transferido para Haia em 2011, a seguir à sua detenção, Obiang instou os líderes africanos a boicotarem o TPI.
O Presidente da Guiné Equatorial, que tem 73 anos, é o governante há mais tempo no poder no continente africano, tendo assumido o cargo na sequência de um golpe de Estado, em agosto de 1979.
Obiang já fez saber que se vai candidatar a mais um mandato de sete anos nas eleições que se realizarão este ano no país.
A Guiné Equatorial é regularmente alvo de críticas de organizações de defesa dos direitos humanos, bem como de observatórios anticorrupção.
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