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Assassínio de ex-espião do KGB foi "ação autorizada pelo Estado"

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse hoje que o ex-espião do KGB Alexander Litvinenko foi assassinado numa "ação autorizada pelo Estado", depois da divulgação de um inquérito britânico sobre a morte do ex-agente russo.

Assassínio de ex-espião do KGB foi "ação autorizada pelo Estado"
Notícias ao Minuto

19:10 - 21/01/16 por Lusa

Mundo David Cameron

"O que aconteceu foi absolutamente chocante e este relatório confirma aquilo em que sempre acreditámos, e aquilo em que o último governo trabalhista acreditava na altura do terrível assassínio, que foi uma ação autorizada pelo Estado", disse Cameron, em declarações às televisões britânicas a partir de Davos (Suíça), onde decorre o Fórum Económico Mundial de Davos.

"É por isso que o anterior governo decidiu expulsar diplomatas russos, emitir mandatos de captura e rejeitou cooperar com os serviços de informações russos, medidas que ainda se mantêm", prosseguiu o chefe do governo britânico.

A partir de Davos, Cameron acrescentou que o atual governo britânico decidiu reforçar estas medidas, nomeadamente através do congelamento de bens, e solicitar às autoridades judiciárias uma avaliação das possíveis repercussões deste inquérito.

As conclusões de um inquérito oficial à morte de Alexandre Litvinenko, hoje divulgadas por um juiz britânico, referem que o Presidente russo, Vladimir Putin, "provavelmente aprovou" o assassínio em Londres do ex-espião do KGB, perpetrado por dois agentes russos.

Alexandre Litvinenko, de 43 anos, morreu envenenado por polónio no final de novembro de 2006, três semanas depois de um encontro no Millennium Hotel, no centro de Londres, com dois ex-agentes russos, Andrei Lugovoi - atualmente deputado de um partido nacionalista - e Dmitri Kovtun, empresário.

"A operação do Serviço Federal de Segurança da Federação Russa - FSB (ex-KGB) foi provavelmente aprovada por Patruchov (Nikolai Patruchov, ex-chefe do FSB) e também pelo Presidente Putin", disse o juiz Robert Owen.

"Tenho a certeza que Lugovoi e Kovtun colocaram o polónio 210 no bule (de chá) a 01 de novembro de 2006. Tenho a certeza de que fizeram isto com a intenção de envenenar Litvinenko", indicou o magistrado.

A ministra do Interior britânica, Theresa May, anunciou hoje o congelamento de bens dos alegados autores do assassínio do ex-espião do KGB.

Lugovoi e Kovtun rejeitam qualquer implicação na morte de Litvinenko, denunciando as acusações "absurdas" e as provas "fabricadas" pela justiça britânica.

Em reação ao documento, a Presidência russa afirmou hoje que o inquérito britânico sobre a morte do ex-espião do KGB parece ser uma "piada", salientando a falta de provas concretas no processo.

"Talvez seja uma piada", disse o porta-voz do Kremlin (sede da Presidência russa), Dmitri Peskov, em declarações aos jornalistas.

"O mais provável é que possa ser atribuído ao humor britânico", ironizou o representante russo, frisando que as conclusões do inquérito "foram realizadas com base em informações pouco convincentes, com um uso abundante de palavras como possivelmente e provavelmente".

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