Quatro generais condenados a prisão perpétua por tentativa de golpe
O Supremo Tribunal do Burundi condenou hoje a prisão perpétua quatro generais envolvidos numa tentativa de golpe militar, enquanto 17 outros acusados tiveram penas entre os cinco e os 30 anos e sete foram absolvidos.
© Reuters
Mundo Burundi
Na sequência da tentativa de golpe de Estado de 13 e 14 de maio de 2015, quatro generais foram sentenciados a prisão perpétua, nove oficiais a 30 anos de prisão, oito outros militares a cinco anos e sete pessoas foram ilibadas das acusações.
Os generais condenados - que o Supremo considerou "planificadores da tentativa de golpe" - são Cyrille Ndayirukiye, Herménégilde Nimenya, Zénon Ndabaneze e Juvénal Niyungeko, todos membros da Comissão de Restauração da Concórdia Nacional (NCRC), criada pelo general Godefroid Nyombare, o líder do golpe, atualmente em fuga.
Nove oficiais do exército e da polícia foram condenados a 30 anos de prisão por "cooperação com o primeiro grupo" na tentativa de golpe de Estado, tendo oito soldados - a maioria motoristas, agentes de transmissão e guarda-costas de responsáveis do golpe - sido sentenciados a cinco anos de prisão.
Os outros sete réus foram absolvidos, incluindo o general Prime Ngowenubusa, processado pela Comissão de Restauração da Concórdia Nacional, e o coronel na reserva Jean-Bosco Daradangwa, acusado de trocar e-mails com o general Cyrille Ndayirukiye.
O Ministério Público havia pedido prisão perpétua - a pena máxima no país - para todos os acusados, tendo os réus sido presentes a tribunal para a leitura do veredicto sob apertadas medidas de segurança.
No final de abril passado, o Burundi mergulhou numa grave crise de violência, na sequência do anúncio da candidatura do Presidente, Pierre Nkurunziza, a um terceiro mandato, algo que os seus adversários consideram ser contrário ao disposto na Constituição.
Na esteira do clima de descontentamento, a 13 de maio, depois de mais de duas semanas de protestos contra a candidatura, que foram duramente reprimidos pela polícia, o general Nyombare, ex-chefe dos serviços de inteligência, anunciou a destituição do Presidente.
Após dois dias de incerteza, a tentativa de golpe fracassou e três dos seus orquestradores renderam-se, incluindo o general Ndayirukiye, enquanto outros, como o general Nyombare, se puseram em fuga.
O fiasco do golpe e a reeleição de Pierre Nkurunziza, em julho passado, não conseguiram, porém, acalmar os ânimos, com a violência a intensificar-se no país e a ONU a denunciar massacres étnicos, valas comuns e violações coletivas pelas forças de segurança.
Para as Nações Unidas, um "colapso total da ordem pública está iminente" no Burundi, cuja história pós-colonial ficou marcada pelos massacres entre as etnias hutu e tutsi.
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