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PSOE diz que eleitores não perdoarão Podemos se não viabilizar governo

O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, afirmou hoje que os eleitores do Podemos não perdoarão ao seu líder, Pablo Iglesias, se este bloquear um governo de esquerda liderado pelos socialistas.

PSOE diz que eleitores não perdoarão Podemos se não viabilizar governo
Notícias ao Minuto

10:57 - 13/01/16 por Lusa

Mundo Esquerda

Sánchez falava antes do arranque da sessão constitutiva do Congresso dos Deputados (parlamento espanhol), na qual o socialista Patxi López deverá ser eleito presidente graças a um acordo do PSOE com o partido de centro-direita Ciudadanos e não com o Podemos (esquerda radical).

O acordo do PSOE (90 deputados) com o Ciudadanos (40 deputados) levou o PP de Mariano Rajoy (vencedor das eleições gerais com 123 deputados) a desistir de apresentar um nome para a votação de presidente da Mesa do Congresso.

No entanto, os três partidos deverão ter acordado (indiretamente, com a mediação do Ciudadanos) a restante constituição da Mesa: três elementos para o PP, um outro para o PSOE (além do Presidente), dois para o Ciudadanos e os restantes dois para o Podemos.

Mesmo neste cenário, Pedro Sánchez continua a insistir num acordo com o Podemos (69 deputados, contando com os 27 votos de três coligações regionais do partido).

"O PSOE vai tentar liderar um governo [progressista e de esquerda). Os eleitores do Podemos não perdoariam a Pablo Iglesias não impulsionar uma agenda social, que é o que agora precisam os espanhóis", salientou Sánchez num programa radiofónico.

Por outro lado, Sánchez instou Iglesias a aceitar um acordo de alternativa ao PP com o Ciudadanos, de Albert Rivera. O líder socialista recordou que o Podemos ficou de fora do acordo para a presidência do Congresso porque queria formar quatro grupos parlamentares (um do Podemos e outros três das formações regionais "irmãs": En Comú Podem, Compromís e En Marea). As restantes forças políticas, incluindo o PSOE, rejeitaram essa possibilidade.

"Iglesias tem de decidir se vai apostar pela continuidade do PP e de Rajoy na Moncloa devido à sua atitude de bloqueio, ou se quer que o PSOE lidere um governo progressista", disse Pedro Sánchez.

No entanto, já hoje Pablo Iglesias e o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, trocaram acusações, evidenciando um afastamento que põe em risco a via de entendimento proposta pelo líder do PSOE.

Iglesias acusou Rivera por ter viabilizado um acordo precisamente para a presidência do Congresso, mas também para a restante composição da Mesa.

"Isto não é o que as pessoas queriam quando votaram [a 20 de dezembro] e não vão esquecer isto nas próximas eleições", disse Iglesias a Rivera, que respondeu que as eleições já passaram e que agora é tempo de trabalhar.

Rivera disse que o preocupa que o Podemos esteja mais interessado em ter quatro grupos parlamentares do que em pôr mãos ao trabalho.

"E vocês com pactos com o PP? É essa a nova política?", contra-atacou Iglesias.

O líder do Ciudadanos sublinhou que este é o momento de fazer acordo e não acusações.

"Acordos com o PP, com o partido da corrupção? Nós não", concluiu Iglesias, reiterando a sua opinião de que o Ciudadanos é a "muleta do PP".

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