Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 13º MÁX 19º

Bundesbank rejeita transferência de responsabilidades para a Europa

O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, afirmou hoje em Lisboa que a solidariedade entre os países do euro pode ajudar no curto prazo um país em crise, mas rejeitou que se transfiram as responsabilidades nacionais para a comunidade europeia.

Bundesbank rejeita transferência de responsabilidades para a Europa
Notícias ao Minuto

20:44 - 10/12/15 por Lusa

Mundo Jens Weidmann

"Uma boa parcela de solidariedade com certeza ajuda um país em crise a resolver [o problema] no curto prazo. Mas, permitir que a responsabilidade orçamental nacional possa ser transferida para a comunidade de todos os Estados-Membros vai enfraquecer os incentivos para políticas orçamentais sólidas no longo prazo", afirmou o presidente do banco central alemão, numa conferência organizada pelo Banco de Portugal e pela Ordem dos Economistas, que decorreu hoje em Lisboa.

Citando Frank Sinatra, Weidmann afirmou que "é de facto uma ilusão separar responsabilidade e controlo sem minar a estabilidade da união monetária", sublinhando que "uma combinação de soberania nacional e de solidariedade comum pode colocar riscos à estabilidade da união monetária" europeia.

Para Weidmann, o que distingue a união monetária europeia de outras áreas monetárias comuns "pode ser resumido numa só palavra: assimetria", uma vez que existe uma união monetária "mas as políticas orçamentais e económicas continuam a ser um assunto nacional, ainda que alvo de regras de coordenação".

O presidente do Bundesbank alertou que "esta assimetria pode dar lugar a instabilidade" e argumentou que, se as consequências de uma política insustentável num país puderem ser transferidas para outros, "os incentivos para uma política prudente vão ser atrofiados".

Jens Weidmann afirmou que as salvaguardas criadas para garantir finanças públicas sólidas, como o Pacto de Estabilidade e Crescimento, "falharam [no objetivo de] manter a dívida pública sob controlo".

O responsável alemão defendeu que a criação de uma união orçamental, que definiu como "uma tomada de decisão centralizada na esfera orçamental, combinada com transferências orçamentais ou responsabilidades mútuas na forma de 'eurobonds'", podem tornar a união monetária europeia "menos vulnerável".

Weidmann disse ainda que, "numa união orçamental genuína", um Estado-membro teria de seguir as exigências de uma autoridade orçamental europeia", mas acrescentou que, com a Europa a afastar-se desta visão mais completa de união orçamental, "a única opção viável é uma abordagem descentralizada, baseada na responsabilidade individual".

"Nesta abordagem assimétrica, a decisão económica e orçamental continua amplamente no domínio nacional. Mas a responsabilidade final permanece também com os estados-membros individuais", reiterou.

Para Jens Weidmann, "seria melhor que a tarefa de aplicar as regras [orçamentais] fosse transferida para um conselho orçamental novo e independente", uma vez que isso iria "aliviar a Comissão do seu difícil conflito de interesses políticos".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório