Tribunal retira propriedade à família do ex-ditador Alfredo Stroessner
Um tribunal do Paraguai retirou a propriedade de 8.000 metros quadrados, na capital, à família do ex-ditador Alfredo Stroessner, que dirigiu o país com mão de ferro de 1954 a 1989, anunciaram, esta quarta-feira, as autoridades judiciais.
© Reuters
Mundo Paraguai
"Trata-se de uma decisão histórica", realçou o procurador Renzo Cristaldo aos jornalistas.
A juíza Angélica Calvo decidiu confiar ao município a propriedade, localizada no elegante bairro de Murucuya, na capital, Assunção, ocupada ilegalmente pela família Stroessner.
O então presidente da câmara municipal, Guido Kunzle, declarou diante da juíza ter sido forçado a assinar "por ordem superior" a titularidade da propriedade.
Alfredo Stroessner chegou ao poder na sequência de um golpe em 04 de maio de 1954. Até 1989, apresentou-se de quatro em quatro anos às eleições presidenciais para renovar o seu mandato contra candidatos apresentados por uma oposição fantoche que controlava.
A 03 de fevereiro desse ano, é derrubado através de um golpe de Estado liderado pelo general Andrés Rodríguez, fugindo para o Brasil, onde acabaria por morrer em 2006.
Os seus 35 anos no Governo são considerados o período mais brutal da história de um país de 5,8 milhões de habitantes, habituado à violência desde a sua independência em 1811.
As organizações de direitos humanos acusam Alfredo Stroessner de ter mandado matar ou fazer desaparecer mais de um milhar de opositores do regime - a oposição fala em 3.000.
De 1954 a 1989, dois milhões de paraguaios (um terço da população) tiveram de abandonar o país por razões políticas ou económicas.
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