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Tribunal do Paquistão aceita ouvir recurso de cristã acusada de blasfémia

O Supremo Tribunal do Paquistão aceitou hoje ouvir o recurso de uma cristã contra a sua sentença de morte por blasfémia, num caso que atraiu críticas dos defensores dos direitos humanos, anunciaram os advogados.

Tribunal do Paquistão aceita ouvir recurso de cristã acusada de blasfémia
Notícias ao Minuto

10:07 - 22/07/15 por Lusa

Mundo Sentença

"O Supremo Tribunal aceitou hoje o apelo da minha cliente contra a confirmação da sentença de morte pelo Alto Tribunal de Lahore", afirmou Saiful Malook, advogado de Asia Bibi, acrescentando que o tribunal vai marcar uma data para avaliar o mérito do recurso.

Numa audiência anterior, Malook tinha afirmado que iria pedir ao tribunal para rever o caso e as suas falhas, incluindo provas supostamente manipuladas, defendendo que o crime foi inventado por inimigos da sua cliente.

Asia Bibi, mãe de cinco filhos, foi acusada, em 2009, de blasfémia, após ter alegadamente insultado o Profeta Maomé durante uma discussão sobre água com mulheres muçulmanas, com quem estava a trabalhar num campo.

A sentença de Asia Bibi só foi confirmada em outubro de 2014 pelo Supremo Tribunal da cidade oriental de Lahore, capital da província de Punjab, onde o incidente ocorreu.

Asia Bibi nega as acusações e, em novembro passado, recorreu contra a sentença de morte, mas, apesar de o Tribunal ter aceitado o recurso, as absolvições em são raras em casos como este.

O marido de Bibi também escreveu ao Presidente do Paquistão, Mamnoon Hussain, a pedir-lhe para perdoar a esposa e a autoriza-la a mudar-se para França.

A blasfémia é uma questão extremamente sensível no Paquistão, mesmo com alegações não comprovadas, que muitas vezes leva à violência por parte da população.

Os críticos, incluindo governos europeus, dizem que as leis de blasfêmia do Paquistão são muitas vezes indevidamente utilizadas.

Os cristãos, que correspondem a cerca de 1,6% dos 200 milhões de habitantes do país, são muitas vezes discriminados e marginalizados por muçulmanos.

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