Crise do petróleo é "lembrete" para o que falta fazer

O ministro da Economia angolano reconheceu hoje que a crise provocada pela quebra das receitas do petróleo é "um lembrete" para o que ainda está por fazer na diversificação da economia nacional, com resultados "aquém" dos objetivos.

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Lusa
21/07/2015 21:55 ‧ 21/07/2015 por Lusa

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A posição foi assumida por Abraão Gourgel no discurso de abertura da 32.ª edição da Feira Internacional de Luanda (Filda), dedicada precisamente ao incremento da produção nacional e que reúne até domingo mais de 300 empresários e 800 empresas expositoras de 40 países, tendo reconhecido o "difícil momento da conjuntura económica".

"É preciso reconhecer que os resultados concretos do nosso processo de diversificação da economia se encontram ainda aquém dos objetivos que aspiramos alcançar. Porém, mudar uma economia de enclave, baseada num único recurso natural, é um desafio gigantesco para qualquer país que é fortemente dependente de um só produto", disse o ministro.

A propósito da queda para metade das receitas fiscais com a exportação do petróleo por Angola - que por sua vez levou ao corte de um terço de todas as despesas públicas previstas para 2015 -, Abraão Gourgel recordou que o setor não-petrolífero angolano continua a crescer "acima" do ramo petrolífero.

Nesse sentido, apontou, como exemplos, a agricultura, que em 2014 atingiu um peso de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, da construção (11%) ou da indústria (9%).

"Para o nosso país, a queba abrupta do preço do petróleo é um lembrete das importantes vulnerabilidades e desequilíbrios estruturais inerentes à atividade económica altamente concentrada e da necessidade de revitalizar e acelerar os esforços para diversificar a economia a médio e longo prazo", enfatizou.

Agricultura, turismo, telecomunicações e tecnologias de informação, logística e transportes, energia e águas e a construção são áreas consideradas como prioritárias para o investimento por parte do Governo angolano, numa ótica de diversificar uma economia em que o petróleo representou, em 2014, mais de 70% das receitas do Estado e 98% das exportações.

O ministro recordou que desde que foi alcançada a paz em Angola, em 2002, as receitas do petróleo multiplicaram por 5,5 vezes o PIB nacional, e permitiram um crescimento "sustentado" da riqueza produzida no país de 9,1% ao ano, entre 2008 e 2013.

Isto porque, sublinhou, Angola utilizou a sua "excecional dotação de recursos naturais" para garantir este crescimento, agora afetado pela crise da cotação internacional do barril de crude, através de efeitos como a diminuição da procura global, o aumento das reservas internacionais ou a entrada de novos produtores no mercado.

Na edição da Filda que hoje arrancou, Portugal volta a ter o maior contingente nacional, com 95 empresas e instituições (67 no pavilhão próprio nacional), logo seguido de Itália, que se estreia ao mais alto nível na feira, com 70 empresas e instituições ligadas ao setor da agricultura, indústria, comércio e serviços.

Alemanha é o país convidado especial e reforça a sua participação, contando com 28 empresas.

Esta edição da maior feira de negócios de Angola, que acontece nos 40 anos da independência do país, tem como lema o "Dinamismo, criatividade e competência na produção", bem como a necessidade da diversificação e industrialização da economia nacional.

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