Acordo nuclear iraniano "dos mais significativos das últimas décadas"
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, considerou hoje, em Bruxelas, que o acordo sobre o programa nuclear iraniano é "dos aspetos mais significativos das últimas décadas" e desafiou os críticos a explicarem que cenário seria preferível.
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Mundo Machete
Em declarações à imprensa à saída de uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, durante a qual a Alta Representante para a Política Externa, Federica Mogherini, fez uma exposição sobre o acordo celebrado há uma semana em Viena, Rui Machete comentou que "o acordo é minucioso, foi discutido com muito cuidado" e "permite ter confiança de que efetivamente não haverá violações desse acordo por parte do Irão que não sejam imediatamente notadas".
"Os críticos do acordo têm que explicar por que é que um não acordo seria melhor, visto que, com toda a probabilidade, isso iria conduzir, ao longo dos anos, a uma guerra quase inevitável, quando o Irão tivesse a posse da bomba nuclear. Portanto, esta solução, que aliás a mim me parece boa, seria necessariamente melhor em comparação com um problema bélico que nós desejaríamos todos evitar", disse.
Comentando que o acordo "evita uma proliferação do armamento nuclear", Rui Machete apontou que Portugal e os seus parceiros europeus consideram que o acordo "foi um resultado extremamente importante", que abre também "um caminho de esperança para as relações entre o Irão e países do Médio Oriente", embora admitindo que numa perspetiva de futuro, "e não imediatamente, pois as coisas não estão ainda amadurecidas".
Os chefes de diplomacia da UE discutiram o acordo sobre o programa nuclear iraniano celebrado a 14 de julho passado em Viena no mesmo dia em que o Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade uma resolução que aprova o acordo assinado pelo Irão e as grandes potências e prepara o levantamento das sanções internacionais que asfixiam a economia iraniana.
Desde que o Irão respeite escrupulosamente o acordo, as sete resoluções que a ONU adotou desde 2006 para castigar Teerão "serão revogadas", estipula o texto da resolução.
O acordo histórico com Teerão foi concluído na passada terça-feira, em Viena, pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido) e a Alemanha.
No documento prevê-se a suspensão progressiva e condicional das sanções, em troca de garantias de que Teerão não fabricará armas atómicas.
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